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Ao mergulhar nas profundezas do horror com “Mergulho Noturno” é difícil decidir se a experiência deveria ser mais assustadora ou simplesmente ficou confusa. O filme surge como a primeira estreia estadunidense do ano, mas seu início não é promissor, enfrentando críticas desfavoráveis. O filme, produzido pela Blumhouse, conhecida por reinventar o gênero de terror com obras como “Corra!” e “Fragmentado“, parecia destinado a ser um destaque no primeiro semestre. No entanto, mesmo com a reputação da produtora, algumas falhas se destacam, revelando que o caminho para o sucesso pode ser sinuoso.
No enredo protagonizado por Wyatt Russell, a família Waller decide mudar-se para uma nova residência, almejando recomeçar e encontrar um ambiente propício para a cura do patriarca, que enfrenta esclerose múltipla. A atração pela casa com piscina surge da esperança de que a hidroginástica auxilie na recuperação de seus movimentos, permitindo-lhe retornar à prática do beisebol. Entretanto, ao chegarem à nova moradia, todos os membros da família começam a vivenciar experiências inexplicáveis relacionadas à piscina local.
“Mergulho Noturno” inicia sua narrativa apresentando, como é comum nos filmes de terror, um mistério intrigante logo na abertura, delineando os segredos sobrenaturais que envolvem a piscina. A habilidade em controlar a tensão e o terror nesses momentos iniciais sugere um projeto com potencial para surpreender o gênero, despertando o interesse do público. A cena de abertura, com seu equilíbrio entre tensão e jumpscares, adiciona uma camada adicional de suspense, deixando os espectadores ansiosos pelos eventos seguintes.
No entanto, o roteiro acaba optando por uma abordagem mais lenta. Embora essa escolha possa ter sido intencional para retratar a adaptação da família Waller a uma nova fase de suas vidas, a narrativa sofre com a introdução de narrativas paralelas pouco exploradas e, por vezes, esquecidas.
Os momentos em que o “monstro” surge, por sua vez, são marcados por efeitos visuais decepcionantes, deixando a desejar no quesito CGI. Parece que “Mergulho Noturno” se levou demasiadamente a sério, perdendo a oportunidade de explorar o potencial cômico em meio a um enredo que não se destaca. No entanto, o filme consegue oferecer momentos de tensão que prendem a atenção do público, especialmente em cenas matinais e subaquáticas, proporcionando uma quebra de padrão no gênero.
Além disso, o filme tropeça em suas próprias explicações, introduzindo elementos sobrenaturais sem fornecer um contexto sólido ou uma mitologia convincente. Os mistérios que cercam a piscina assombrada são deixados em aberto, mas em vez de instigar o interesse do público, apenas provocam uma sensação de confusão e frustração.
Em última análise, “Mergulho Noturno” emerge como uma obra que, apesar de suas imperfeições, consegue oferecer uma experiência agradável para os menos exigentes. Seu início promissor, com a habilidade de criar uma atmosfera de suspense envolvente, destaca-se como um dos pontos altos do filme. Os momentos de tensão bem executados e o elenco equilibrado contribui para uma performance sólida, mantendo o público engajado mesmo em meio a uma trama que se perde. “Mergulho Noturno” é uma opção agradável para aqueles que buscam um mergulho leve nas águas misteriosas do cinema de horror.