Em entrevista exclusiva, a cantora revela detalhes sobre seu novo single, sua conexão com a estética gamer, os desafios da indústria independente e a importância da liberdade na arte e na vida
A cantora Saffira lançou seu novo single “Danço Só”, uma faixa dance pop que celebra o amor livre e a independência emocional. Inspirada em seu relacionamento de oito anos com o produtor Pedro Vieira Xavier (Hell:p), a canção reflete sobre a importância do amor próprio como base para qualquer relação. Com distribuição pelo selo Dorsal Musik, da DaHouse Audio, a música combina batidas eletrônicas envolventes com uma mensagem empoderadora e já está disponível em todas as plataformas digitais.

O videoclipe, dirigido por Pedro Vieira Xavier, adota uma estética candy color e referências visuais dos anos 1950, além de incorporar elementos inspirados no filme “A Substância” (2024). A trama acompanha uma recepcionista que compartilha com entusiasmo sua história de amor, mas surpreende ao agir com leveza e desapego ao receber uma ligação do pretendente. A produção também conta com participações especiais, como a atriz Liza Vieira e familiares da própria cantora.
Com direção de fotografia assinada por Heitor Pontes e coreografia de Jéssi Müller, o clipe reforça a essência da música: a felicidade não depende de ninguém, e a verdadeira liberdade está em viver sem amarras emocionais. “Somos a nossa casa, o nosso porto seguro“, afirma Saffira, destacando que “Danço Só” marca o início de uma sequência de lançamentos previstos para 2025.

Saffira em “Danço Só”: entre a liberdade artística e a intensidade emocional
Com essa nova fase da carreira, Saffira reafirma sua identidade artística, explorando sonoridades modernas sem abrir mão de letras com profundidade emocional. Além do lançamento de Danço Só, a cantora promete outras novidades para 2025, consolidando-se como um dos nomes em ascensão na música pop brasileira.
Para entender mais sobre esse momento, conversamos com Saffira sobre seu processo criativo, influências e expectativas para o futuro. Na entrevista a seguir, ela fala sobre a construção de sua identidade musical, os desafios da carreira e o significado por trás de “Danço Só”. Confira!
1. De onde surgiu essa ideia e como você foi incorporando esse conceito à sua identidade visual? Como tem sido a recepção do público?
O universo gamer sempre esteve presente na minha vida por influência do meu irmão mais velho, que era viciado em jogos. Eu amava ficar no quarto dele, vendo ele jogar, e tinha alguns que eu também era completamente viciada. Com o tempo, acabei me desconectando desse universo, mas o Pedro (meu namorado e diretor artístico do projeto) sempre foi muito ligado nesse universo, e isso acabou me reconectando de certa forma. Foi ele quem teve a ideia do “game-lyric”, e eu achei genial. Afinal, unir música e games é algo muito inovador e cheio de possibilidades.
Os jogos criam mundos incríveis e contam histórias profundas, geralmente com mensagens fortes, e eu amo isso. Ao trazer essa estética para minha identidade visual, consigo me conectar com um público super diverso, de uma forma única e interativa. Além disso, é uma maneira criativa de fazer as pessoas memorizarem minhas letras enquanto jogam e se divertem.
Sobre a recepção, tem sido muito positiva! As pessoas se envolvem, se identificam e entram na brincadeira, entendendo que minha arte não se limita à música – ela é um convite para explorar novas formas de viver, sentir e se expressar. Nós já realizamos até torneios, com pessoas de diferentes estados, vindo participar da competição final. Esses momentos mostram como a música e os games têm o poder de conectar as pessoas e criar experiências. Isso é só o começo!
2. A primeira mensagem que vemos lá é “BEM-VINDOS À LIBERDADE!”, seguida de um texto que diz: “Nascemos para plantar a semente da liberdade e, com ela, uma nova forma de viver, onde o AMOR se sobrepõe às nossas vontades e desejos.” Em que momento você decidiu que a liberdade seria o pilar central da sua arte? Já houve momentos em que você sentiu que não era completamente livre para se expressar artisticamente?
Meu relacionamento livre foi um grande catalisador para minha arte. Ele me fez mergulhar no autoconhecimento, entender melhor meus sentimentos e enxergar o amor de uma forma mais expansiva. Aprendi – e ainda aprendo – a lidar com minhas emoções sem projetá-las no outro, o que me trouxe mais verdade e vulnerabilidade na minha música.
Essa liberdade no amor também me trouxe uma liberdade na vida. Quando a gente solta a necessidade de controle, tudo fica mais leve e bonito. Aprendemos a aceitar as coisas como são, a enxergar o mundo com mais fluidez, a amar sem prender. Mas liberdade não é irresponsabilidade, pelo contrário, é uma nova forma de pensar, de se relacionar e de existir com mais consciência. No fim, nosso propósito é servir, criar, transformar e fazer do mundo um lugar melhor para todos nós.
Já houve momentos em que me senti limitada, sim. Tanto na música quanto na vida, existe uma pressão para se encaixar em rótulos, seguir tendências e agradar um certo público. Todo mundo acha que tem a fórmula para “dar certo” e quer dar pitaco. Já fui questionada por não ser “pop o suficiente” ou por não seguir um único estilo musical. Mas tenho percebido que “dar certo” é fazer coisas que são verdadeiras para mim, criar coisas que me deixam orgulhosa. Sempre que tentava me moldar para os outros, me sentia desconectada da minha essência – e hoje, minha única regra é seguir a minha verdade.
3. Na sua visão, qual é o maior desafio para um artista independente na indústria musical? Antes de entrar nesse meio, você já tinha noção dos obstáculos que enfrentaria ou algo te surpreendeu – para o bem ou para o mal? Como você lida com essas descobertas?
O maior desafio para um artista independente é conseguir visibilidade e sustentabilidade sem o suporte de uma grande estrutura. A gente precisa ser tudo ao mesmo tempo: cantor, compositor, produtor, estrategista de marketing, social media, empresário… É um jogo de resistência, onde talento sozinho não basta – é preciso entender o mercado, construir uma base fiel de fãs e, ao mesmo tempo, manter a autenticidade e a consistência.
Antes de entrar nesse meio, eu sabia que não seria fácil, mas algumas coisas me surpreenderam. Para o mal, percebi como a indústria ainda é muito baseada em números e tendências passageiras, o que pode ser sufocante para quem quer criar algo de verdade. Para o bem, descobri que há uma rede de artistas independentes incríveis se apoiando mutuamente, e que hoje, com as redes sociais, temos mais autonomia do que nunca para fazer nossa música chegar às pessoas.
Quando eu desanimo, eu lembro do meu propósito. Não quero me perder nas cobranças infinitas da indústria e nas minhas próprias. Mais do que o sucesso imediato, quero construir algo que tenha significado e que realmente conecte as pessoas. Se depois de ouvir minha música, alguém se sentir melhor do que antes, já valeu tudo.
4. Você disse que mudar de país te aproximou mais de si mesma e impulsionou seu processo criativo. Que conselho você daria para outros artistas que estão em busca de uma redescoberta criativa, e que você gostaria de ter ouvido quando começou?
Mudar de país foi um processo intenso de autoconhecimento porque me tirou da zona de conforto de família/amigos e me fez enxergar quem eu era sem as influências do ambiente onde cresci. Isso teve um impacto gigante no meu processo criativo: foi lá que eu comecei a compor.
Meu conselho é: VIVA! Se jogue na vida, experimente o que nunca viveu, saia da bolha. É vivendo intensamente que descobri – e continuo descobrindo – minha arte. Cada experiência, cada risco, cada nova sensação se transforma em criação. Mas, claro, com moderação e consciência, o que me leva ao próximo ponto: se dedique MUITO!
Algo que eu gostaria de ter ouvido no começo é que talento sem dedicação não sustenta uma carreira. Se quer ser artista, estude, treine, se aperfeiçoe. Se dedique aos instrumentos, à voz, à composição, à performance. A inspiração vem da vida, mas a excelência vem do esforço diário.
5. Seu primeiro álbum está previsto para 2025. O que o público pode esperar desse projeto? Quais temas centrais você pretende explorar?
Meu primeiro álbum, previsto para 2025, é um projeto que une música e narrativa de uma forma inovadora. Ele nasce da necessidade de falar sobre saúde mental, autoconhecimento e a complexidade de existir na era digital, mas sem perder a leveza e a força que a arte tem de transformar.
Musicalmente, ele mistura pop, eletrônica e rock, explorando diferentes facetas da minha identidade artística. Cada faixa representa uma fase dessa jornada, trazendo camadas emocionais intensas e uma sonoridade que reflete tanto a vulnerabilidade quanto a potência de quem decide seguir em frente. Quero que esse projeto seja um espaço de acolhimento e reflexão, mas também um lembrete de que sempre há novos caminhos a seguir.
6. Com o lançamento do single “Danço Só” se aproximando, quais são suas expectativas? Existe uma mensagem específica que você quer passar com esse trabalho?
Estou muito animada com Danço Só! O clipe, a estética, a música, tudo reflete um pouco sobre mim. Sinto que esse projeto carrega a minha essência, e isso me deixa empolgada demais para compartilhar. Eu espero que vocês curtam tanto quanto eu!
A mensagem que eu quero passar é: Viva a vida, se apaixone, mas sem se esquecer de você. Cuide de si, seja independente. Ame, mas não viva a vida pelo seu/sua parceiro(a) nos relacionamentos. Tenho tantas amigas que entraram em relações e mudaram completamente por causa dos caras. Aí, quando termina, elas voltam a procurar as amizades antigas e percebem o quanto se perderam delas. Então, seja forte no que você acredita. Não deixe de ser quem você é para agradar ninguém. É muito fácil se perder em relações, mas é muito importante não se perder de si mesma.

Confira o mais novo single de Saffira, “Danço Só”
Com o lançamento de “Danço Só”, Saffira reforça sua mensagem de empoderamento e independência emocional, incentivando cada pessoa a não se perder em relações, mas sim a valorizar a própria identidade. Por isso, se você ainda não conhece o trabalho da cantora, essa é a hora de mergulhar em sua arte inovadora e acompanhar os próximos passos dessa artista que promete deixar sua marca na música.