Longa premiado de Gabriel Mascaro retrata jornada de resistência na Amazônia e ganha trailer oficial
Aclamado internacionalmente, “O Último Azul”, novo filme de Gabriel Mascaro (“Boi Neon”, “Divino Amor”), se prepara para estrear nos cinemas brasileiros no dia 28 de agosto, com distribuição da Vitrine Filmes. Antes disso, o longa será exibido pela primeira vez no Brasil como filme de abertura da 53ª edição do Festival de Gramado, que acontece entre os dias 13 e 23 de agosto, no Palácio dos Festivais, na Serra Gaúcha.
Protagonizado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, o longa mergulha em um Brasil quase distópico, ambientado na região amazônica. Nele, o governo institui uma colônia habitacional para onde transfere idosos, sob a justificativa de garantir a eles uma aposentadoria “digna”. Tereza, personagem vivida por Denise, é uma mulher de 77 anos que decide embarcar em uma última aventura pelos rios da Amazônia para realizar um antigo desejo antes de ser forçada ao exílio.

Do Brasil para o mundo
“O Último Azul” já coleciona uma trajetória impressionante por festivais ao redor do mundo. A estreia mundial aconteceu em fevereiro, na 75ª edição do Festival de Berlim. Lá, o longa conquistou o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri. Além disso, recebeu o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost, dado por júris paralelos da Berlinale.
Desde então, o filme participou do Festival de Cartagena das Índias, do BAFICI (Buenos Aires), do Festival de Istambul e do IndieLisboa. Além disso, esteve presente em eventos na Austrália, China, Colômbia, Islândia, México, Polônia, Portugal, República Tcheca, Taiwan, Turquia, Reino Unido e Uruguai. E ainda deve passar por mais de dez festivais até o final do primeiro semestre.
O longa também teve exibição no Festival Internacional de Cinema de Xangai, na China, com a presença do diretor. Também saiu premiado do Festival de Guadalajara, no México, levando os troféus de Melhor Filme Ibero-Americano de Ficção e o Prêmio Maguey de Melhor Interpretação para Denise Weinberg. Além disso, integrou a seleta lista de dez filmes do Sydney Film Festival, na Austrália, ao lado de “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho.

Catavelhos e caracóis azuis
O trailer oficial, recém-divulgado pela Vitrine Filmes, revela alguns dos elementos simbólicos do universo criado por Mascaro. Além da força de Tereza, o vídeo destaca figuras marcantes. Nele, vemos o “catavelho”, uma espécie de veículo de captura usado para recolher idosos fugitivos, e o caracol da baba azul, que carrega mistérios ainda não revelados.
O cineasta explica que o filme fala sobre envelhecer e desejar, abordando temas que dialogam com diferentes culturas ao redor do mundo. “Tem sido muito bonito ver um personagem que, de maneira muito universal, fala tanto sobre várias culturas – uma personagem idosa em busca do seu sonho, encontrando o seu desejo”, afirma Mascaro. “É muito lindo ver um longa filmado na Amazônia, no Brasil, encontrar ressonância com tantas culturas diferentes.”

Produção internacional com distribuição ampla
“O Último Azul” marca a quinta colaboração entre Gabriel Mascaro e a produtora Rachel Daisy Ellis. A produção também conta com o envolvimento da Cinevinay (México), Quijote Films (Chile), Viking Film (Países Baixos) e coprodução da Globo Filmes. Rachel Daisy Ellis (“Boi Neon”, “Rojo”) e Sandino Saravia Vinay, produtor associado de “Roma”, de Alfonso Cuarón, assinam a produção.
A distribuição internacional já está confirmada em mais de 15 territórios, incluindo Alemanha (Alamode), França (Paname), Benelux (Imagine), Espanha (Karma), Portugal (Nitrato), Suécia (Triart), Dinamarca (Camera), Austrália e Nova Zelândia (Palace), entre outros.

Recepção da crítica internacional
Além do impacto nos festivais, a crítica especializada tem exaltado a força da narrativa e da atuação de Denise Weinberg. O Screen Daily destacou a performance da atriz como “vencedora”. Já o Hollywood Reporter descreveu o filme como “um deslumbrante filme de estrada aquático que transforma a Amazônia em uma fuga mágica do exílio para a liberdade”.
A Variety classificou o longa como “um farol de otimismo dentro de sua própria visão distópica do futuro”. O Deadline apontou que “Gabriel Mascaro mergulha mais profundamente nos personagens, explorando especificamente o brilho do que significa conseguir se desprender de uma suposta ideia de utilidade e viver o momento”. Já o portal Cineuropa elogiou o elenco: “Denise Weinberg faz um trabalho incrível ao dar vida a todas as nuances de Tereza (…), cercada por personagens coadjuvantes muito bem escritos, no qual cada um deles poderia facilmente ter seu próprio filme”.
“O Último Azul” estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de agosto. Até lá, segue representando o Brasil mundo afora com sua história sensível, provocadora e visualmente poderosa.