Festival de Cinema Francês do Brasil traz delegação artística de excelência para a 16ª edição

A atriz Isabelle Huppert, os diretores Fabienne Godet, Valérie Donzelli, Jean-Claude Barny e Victor Rodenbach, os atores Bastien Bouillon e Salif Cissé e o ator e diretor Pierre Richard, homenageado desta edição, estão no Brasil para o festival

O 16º Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Varilux) começa hoje, 27 de novembro, e vai até 10 de dezembro em cinemas de todo o país, chegando este ano com uma delegação artística caprichada. São oito convidados que vêm ao Brasil para apresentar filmes, conversar com o público e participar de sessões comentadas em São Paulo, Rio de Janeiro e, em ocasião especial, Salvador.

A comitiva reúne a atriz Isabelle Huppert, as diretoras Fabienne Godet e Valérie Donzelli, os diretores Victor Rodenbach e Jean-Claude Barny, os atores Bastien Bouillon e Salif Cissé, além do ator e diretor Pierre Richard, homenageado desta edição. Em diferentes sessões e encontros, o público vai poder ver seus filmes na tela grande e ouvir diretamente dos artistas como essas obras nasceram.

No alto, da esquerda para a direita: a atriz Isabelle Huppert, as diretoras Fabienne Godet e Valérie Donzelli e o diretor Jean Claude-Barny. Embaixo, da esquerda para a direita: o diretor Victor Rodenbach, os atores Bastien Bouillon e Salif Cissé, e o homenageado Pierre Richard. (Divulgação: Festival de Cinema Francês do Brasil)
Valérie Donzelli e Bastien Bouillon: parceria criativa em destaque

Entre os convidados, Valérie Donzelli chega em um momento particularmente forte da carreira. Em setembro, ela foi premiada no Festival de Veneza pelo roteiro de “Mãos à Obra” (À pied d’œuvre), escrito em parceria com Gilles Marchand. Donzelli tem uma trajetória que mistura atuação, direção e roteiro. Em 2023, sua adaptação do romance de Éric Reinhardt, “O Amor e as Florestas” (L’amour et les forêts), foi selecionada para o Festival de Cannes e levou o César de Melhor Roteiro Adaptado em 2024.

Mãos à Obra”, distribuído no Brasil pela Bonfilm, acompanha um fotógrafo que decide largar a profissão justamente quando está no auge, para se dedicar à verdadeira paixão: a escrita. O protagonista toma vida por Bastien Bouillon, vencedor do César de Melhor Ator Revelação em 2023. Ele já trabalhou com Donzelli em quatro produções. São elas: “A Guerra Está Declarada” (2010), longa de estreia da diretora e escolhido pela França para tentar vaga no Oscar de 2012; “Main dans la main” (2011); “Marguerite & Julien: Um Amor Proibido” (2015); e agora “Mãos à Obra”.

No festival, Bouillon também aparece em “O Segredo da Chef” (Partir un jour), distribuído pela Synapse Distribution, que abriu o Festival de Cannes deste ano. O filme acompanha a chef Cécile, que retorna à cidade natal antes de inaugurar um restaurante em Paris, e reencontra seu amor de juventude, Raphaël, interpretado por Bastien.

Salif Cissé é a nova cara da comédia francesa

O ator Salif Cissé participa da programação com duas comédias: “Voz de Aluguel” (Le Répondeur) e “Os Bastidores do Amor” (Le Beau Rôle), ambas da Bonfilm. Em “Voz de Aluguel”, ele interpreta Baptiste, um imitador talentoso que passa a trabalhar como “atendedor de chamadas”. O protagonista usa suas habilidades vocais para resolver as demandas de clientes que contratam seus serviços. O longa conquistou o prêmio do público no Festival Internacional do Filme de Comédia de l’Alpe d’Huez 2025.

A filmografia de Cissé cresce rápido, com participações em títulos recentes como “O Livro da Discórdia” (2023), “Só Nós Dois” (2023), “A Vida da Minha Mãe” (2024), “Juliette au printemps” (2024) e “Spectateurs!” (2025). Com esse conjunto de trabalhos, ele vem se firmando como um rosto importante da nova geração de atores franceses.

Fabienne Godet e Victor Rodenbach: relações, humor e bastidores

À frente de “Voz de Aluguel”, Fabienne Godet acumula as funções de diretora e roteirista. Seu primeiro longa de ficção, “Sauf le respect que je vous dois” (2006), chamou a atenção da crítica, enquanto o documentário “Ne me libérez pas je m’en charge” (2009) chegou à indicação ao 35º Prêmio César na categoria Melhor Documentário. Seu cinema costuma olhar com cuidado para fragilidades, escolhas difíceis e condições de trabalho, sem abrir mão de empatia.

Já Victor Rodenbach apresenta “Os Bastidores do Amor” (Le Beau Rôle), seu filme de estreia na direção. O longa acompanha um casal de artistas de teatro que vê a relação estremecer quando um deles se arrisca no cinema. A partir daí, a narrativa mergulha em temas como vaidade, insegurança, ambição e desejo de reconhecimento. Rodenbach também é roteirista e tem no currículo episódios da série “Dix Pour Cent”, bastante conhecida por brincar com os bastidores da indústria audiovisual francesa.

Jean-Claude Barny e a força da história de Frantz Fanon

O diretor Jean-Claude Barny chega ao festival com “Fanon”, longa dedicado ao psiquiatra e filósofo Frantz Fanon, figura central do pensamento anticolonial. Em 1994, Barny dirigiu o curta “Putain de Porte”, com Vincent Cassel e Mathieu Kassovitz, e depois participou do casting de “La Haine”, filme que virou referência ao retratar tensões sociais na França.

Seu primeiro longa, “Nèg Maron” (2005), aborda os desafios da juventude antilhana, muitas vezes distante de sua própria história. A obra já apontava o interesse do diretor por questões ligadas à identidade, desigualdade e memória. Em “Fanon”, ele acompanha a trajetória do pensador que denunciou a violência do colonialismo francês sobre os argelinos, conectando cinema, política e história.

Pierre Richard: uma lenda da comédia francesa em foco

Ícone absoluto da comédia na França, Pierre Richard é o homenageado desta edição do Festival de Cinema Francês do Brasil. Ator, diretor e roteirista, ele vem ao país ao lado da esposa, a modelo brasileira Ceyla Lacerda, com quem é casado há quase 30 anos. O festival exibe “Sonho, Logo Existo” (L’homme qui a Vu L’ours qui a Vu L’homme), distribuído pela Bonfilm, marcando seu retorno à direção depois de quase três décadas.

Richard recebeu um César honorário em 2006 e foi homenageado no Festival de Cannes em 2025. Sua popularidade ultrapassa as fronteiras francesas e é bastante forte em países do antigo bloco soviético e em partes da Ásia. Para celebrar sua trajetória, o festival prepara uma retrospectiva com cinco filmes marcantes. São eles: “A Cabra” (La Chèvre), “O Brinquedo” (Le Jouet) e “Os Fugitivos” (Les Fugitifs), todos dirigidos por Francis Veber; “Loiro, Alto e de Sapato Preto” (Le grand blond avec une chaussure noire), de Yves Robert; e “Um Sopro entre os Dentes” (Un nuage entre les Dents), de Marco Pico.

Esse conjunto de títulos ajuda a mostrar o porquê de Pierre Richard ser visto como um dos grandes nomes da comédia mundial.

Isabelle Huppert: abertura de festival e encontro com os fãs

Para completar a delegação, o festival recebe Isabelle Huppert, um dos nomes mais respeitados do cinema francês. Em 2025, ela vem ao Rio de Janeiro para apresentar “A Mulher Mais Rica do Mundo”, novo longa de Thierry Kliffa, distribuído pela Synapse Distribution, que será o filme de abertura no Cine Odeon. Além disso, participa de sessões com o público, concede entrevistas e ainda viaja a Salvador, no dia 5 de novembro, para uma pré-estreia do filme.

Com 163 filmes e 19 prêmios na carreira, Huppert já foi reconhecida com BAFTA, César e Globo de Ouro. Ela se tornou conhecida pela maneira como habita personagens difíceis, muitas vezes ambíguos e desconfortáveis. Essa característica é algo que faz críticos e cineastas dizerem que a atriz “se torna autora” de seus papéis. Desde o início dos anos 1970, ela se mantém ativa, trabalhando com diretores como Michael Haneke (“A Professora de Piano”), François Ozon (“8 Mulheres”), Claude Chabrol (“Mulheres Diabólicas”), Paul Verhoeven (“Elle”), entre outros.

Sua presença no festival deve atrair tanto fãs de longa data quanto um público mais jovem, que tem descoberto sua filmografia no streaming e mostras recentes.

Estrutura e apoios do festival em 2025

Na edição de 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil conta com Varilux, marca do grupo Essilor Luxottica, como Patrocinador Master. A lista de apoiadores inclui ainda o banco BNP Paribas, que entra este ano, além de Edenred, Voltalia, Fairmont e Air France.

O evento acontece com apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, via Secretaria Municipal de Cultura.

Sobre a Bonfilm

Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm também assina a criação e a realização do Festival de Cinema Francês do Brasil. Ao longo dos últimos 15 anos, o festival levou mais de 35 mil sessões a salas de cinema espalhadas pelo país. Nesse tempo, o evento reuniu um público superior a 2 milhões de espectadores, conectando plateias brasileiras ao cinema francófono contemporâneo.

Desde 2015, a Bonfilm também está à frente do festival Ópera na Tela, dedicado a exibir filmes de récitas líricas em tela grande. O Ópera na Tela acontece em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, criando uma atmosfera imersiva e elegante. O projeto ganhou ainda uma edição recente em São Paulo, realizada em 2024.

Em paralelo, a empresa idealizou em São Paulo o Espaço Cultural CNP de Realidade Virtual, voltado a experiências culturais imersivas. O local é inteiramente dedicado a exposições em realidade virtual, aproximando tecnologia e arte. Entre as experiências já exibidas por lá estão ‘Uma Noite com os Impressionistas’ e ‘Mundos Desaparecidos’.

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