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Foto: A2 Filmes, Além do Tempo |
Por: Gabriel Ladeira
O longa holandês, aprofunda no conflito entre os personagens pós a perda de seu filho e de como a relação dos dois ficou conturbada. Retratando o luto, a saudade, brigas, a obra de Boermans consegue passar ao espectador a angústia e desespero que é uma relação abalada pela perda pode causar.
As interpretações de Sallie Harmsen e Reinout Scholten van Aschat são excelentes, trazendo toda a carga emocional necessária para o enredo. Sallie como Johana jovem, consegue transmitir toda a depressão e luto pós a perda de sua prole, enquanto Reinout, como Lucas, ja carrega um peso mais raivoso e de frieza, o que cria um embate psicológico forte e complicado no relacionamento.
É possível notar todos os estágios do luto na personagem de Johana e Lucas, e como eles reagem a isso em conjunto de forma tóxica e desagradável. O momento que há o reencontro, após 35 anos distantes, traz a tona todos os fantasmas do passado, e para que enfim, possam resolver uma questão que ficou inacabada entre duas pessoas carentes de um grande amor.
A direção é bastante crua e realista, com planos mais fechados e intimistas, que é necessária pra trazer tamanho desconforto ao público, mas também nos sentirmos próximos dos personagens e compreendermos suas situações e motivações.
“Além do Tempo” é um filme simples, porém eficiente em sua proposta, que consegue abordar a sua trama fatídica de forma que instiga o público e ao mesmo tempo choca. Um drama que pode agradar quem gosta de histórias reais e trágicas.
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Foto: A2 Filmes, Além do Tempo |