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A Teia: o colapso do suspense

No dia 02 de maio, chega aos cinemas ‘A Teia‘, um suspense policial com um elenco estelar, ostentando nomes como Russell Crowe, Karen Gillan, Tommy Flanagan e Marton Csoka. No entanto, apesar da promessa inicial de um suspense policial envolvente, o filme se perde em meio a uma teia de reviravoltas excessivas.


Cooper e a ambição no roteiro

O suspense marca a estreia do roteirista Adam Cooper como diretor. A narrativa mergulha os espectadores na história de Roy (interpretado por Russell Crowe), um ex-detetive de homicídios atormentado pela amnésia. A esperança de Roy é renovada, graças a um tratamento inovador para sua condição de Alzheimer. Contudo, essa nova oportunidade de redescobrir seu passado é marcada pelo ressurgimento de um caso brutal e misterioso que ele investigou no passado.


Inspirações e tropeços

A Teia” tem em vista explorar a interseção entre memória fragmentada e uma investigação crucial. No entanto, essa ambição muitas vezes se perde na confusão narrativa, prejudicando a coesão da trama. No decorrer da história, também podemos notas inspirações claras em “Amnésia” de Christopher Nolan. Mas essa inspiração não traz um retorno positivo. Ambos os filmes exploram o tema da amnésia e a busca pela verdade, porém, “A Teia” parece tropeçar onde “Amnésia” triunfa. Em ambos, temos a premissa de um protagonista atormentado pela perda de memória e pela busca por respostas em um mundo confuso e misterioso. No entanto, o filme filme neo-noir de 2000 utiliza reviravoltas com precisão cirúrgica para aprofundar a trama e manter o interesse do público, já o roteiro de Cooper, sucumbe ao peso das reviravoltas excessivas e mal executadas.


Uma teia de confusão

O segundo ato do filme desvela uma série de caminhos complexos, deixando os espectadores questionando as conexões entre os personagens e os verdadeiros motivos por trás dos eventos que se desenrolam. À medida que o tratamento de Roy começa a dar sinais de eficácia, suas memórias começam a ressurgir, intensificando o mistério e mantendo a audiência ansiosa por respostas. No entanto, é nesse ponto que somos confrontados com as fraquezas do filme. Reviravoltas surgem na trama, algumas previsíveis e outras não, sobrecarregando o protagonismo de Roy, perdendo o foco principal da história e deixando os espectadores confusos. Cada reviravolta parece ter sido projetada para criar choque ou suspense, mas perde eventualmente o impacto, deixando os espectadores insensíveis às reviravoltas subsequentes.


O potencial perdido

Embora o filme mantenha a atenção do público com sua trama, eventualmente sucumbe à sua própria complexidade. A falta de uma explicação prévia para certos acontecimentos e a conveniência dos lampejos de memória de Roy acabam minando a credibilidade da história, tornando-a menos impactante do que poderia ser.



Considerações finais

Em última análise, “A Teia” pode agradar aqueles que buscam um suspense policial envolvente, mas, para os espectadores mais exigentes, não atende às expectativas. Apesar do talento inegável de Russell Crowe e do elenco, o filme não consegue singularizar seus tropeços narrativos, resultando em uma experiência cinematográfica que, embora não seja totalmente desprovida de mérito, fica abaixo de seu potencial total. Uma verdadeira teia de desorientação e previsibilidade.


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