“Eu, Capitão” emociona ao mesclar realismo fantástico com uma odisseia desafiadora

O longa italiano “Eu, Capitão”, indicado na categoria “Melhor Filme Estrangeiro” do Oscar 2024, se apresenta como um forte concorrente ao prêmio. Apesar de poder ter oferecido mais com um tema tão rico.

Nas ruas estreitas de Dacar, no Senegal, nasce um sonho compartilhado: ser uma grande estrela da música. Para realizá-lo, os primos Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall) trabalham durante meses em vários bicos diferentes. O objetivo é juntar dinheiro e partir rumo à Itália. Lá, eles esperam viver da música e ajudar sua família, que enfrenta dificuldades para sobreviver.

A premissa é simples, e inicialmente funciona muito bem. Uma receita de bolo que já fora usada antes, sobre jovens sonhadores amadurecendo e descobrindo a triste realidade de como o mundo pode ser cruel lá fora. Ainda assim, “Eu, Capitão” se destaca por utilizar um tema muito atual e amplamente discutido como pano de fundo para a sua narrativa: a crise imigracional na Europa.

E isso cria, em quem assiste, a expectativa de ver todo o processo e dificuldades a que imigrantes e refugiados se submetem para chegar na Europa. Bem como, todo o processo discriminatório que ocorre uma vez que estão finalmente no seu destino. Mas essa segunda etapa não aparece no longa.

Imagem do longa
Aprofundamento da narrativa

Ainda que mostre alguns detalhes da cultura senegalesa, dos problemas enfrentados por seus habitantes, e dos percalços que os protagonistas enfrentam em sua jornada, o longa não se aprofunda e esse é um dos seus principais defeitos: ele não explora a fundo nenhuma parte da narrativa. Ele não mostra porquê os protagonistas são próximos, ele não dá mais detalhes sobre a relação deles com suas famílias, não explana quem está por trás das atrocidades cometidas, e também não revela o que acontece quando os personagens principais enfim chegam ao país desejado.

Há um limite do que um longa de pouco mais de 2 horas pode passar na tela, é verdade, mas com um tema tão rico e cheio de oportunidades, é uma pena ver certas questões serem ignoradas. É fácil vilanizar os radicais de zonas de guerra e a polícia corrupta, mas e os “vilões” mais sutis como o desemprego, e o preconceito racial? Será que não valem mesmo a pena discutir? Fica aqui o questionamento.

Considerações finais

Ainda assim, o longa prende a atenção dos espectadores. Seydou e Moustapha são atores muito carismáticos e que carregam bem seus personagens até o fim. É impossível não se contagiar com sua odisseia rumo à uma terra prometida contemporânea e mergulhar em seus dilemas pessoais e sofrimentos que se impõem em sua jornada, um mais repentino e cruel que o anterior.

E o que suaviza um roteiro tão intenso? Os momentos onde o real encontra o fantástico, e a dura realidade abre espaço ao misticismo e às crenças populares, de forma bastante lúdica.

No fim das contas, o longa se destaca por usar uma situação que é a realidade de muitas pessoas; as que se aventuram na imigração ilegal em busca de uma vida melhor para si e os seus. É difícil não imergir na narrativa e pensar em todas as notícias de botes e barcos naufragados, ou de refugiados que fogem dos horrores da guerra. Os veículos de comunicação rotineiramente abordam temas como este, mas, somente quando as pessoas recebem um nome, e suas histórias são contadas, é que elas são humanizadas, a comoção acontece, e mudanças são feitas.

Neste contexto, “Eu, Capitão” se faz um filme extremamente necessário para os dias atuais. Ele tem o potencial de iniciar discussões políticas e humanitárias, como a herança de países colonizados. Ainda que peque em não discutir o outro lado da moeda.

“Eu, Capitão”

(Itália/França/Bélgica, 2023, 121 min). Direção: Matteo Garrone. Aventura/Drama. Em exibição nos cinemas de todo o Brasil à partir da próxima quinta-feira (29/02).

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