Salif Cissé esteve no Brasil para o Festival Cinema Francês do Brasil e em entrevista, comentou sobre a recepção de ‘Voz de Aluguel’ e ‘Os Bastidores do Amor’, dois filmes que reforçam a força da comédia francesa fora da França.
Presente no Festival Cinema Francês do Brasil, Salif Cissé passou pelo Brasil promovendo dois filmes exibidos quase simultaneamente, e ampliando sua visibilidade internacional. Em ‘Voz de Aluguel‘, vencedor do prêmio do público no Festival Internacional do Filme de Comédia de l’Alpe d’Huez 2025, e em ‘Os Bastidores do Amor‘, o ator transita por universos cômicos distintos, mas conectados pela atenção ao texto, ao ritmo e à construção de personagens que dialogam diretamente com o público.
‘Voz de Aluguel’ venceu o prêmio do público no Festival Internacional do Filme de Comédia. Como você recebeu essa resposta tão positiva do público?
Salif – Principalmente por ser comédia, é um filme feito para o público e não apenas para o júri, então foi uma grande honra. Receber três prêmios, especialmente o do público, tanto na França quanto na Alemanha, foi algo muito emocionante pra toda a equipe.
Você está também em Os Bastidores do Amor, que tem uma proposta de comédia bem diferente. O que mudou na sua preparação entre esses dois universos tão diferentes, mas com a comédia em comum?
Salif – Não precisou necessariamente de preparações muito diferentes, porque pra mim cada roteiro já traz uma história própria e um personagem específico. Claro que em alguns casos existe um pouquinho mais de preparo, dependendo do tom. Mas, no geral, interpretar um personagem sempre começa pelo roteiro e pela construção desse personagem, então não vejo preparações tão diferentes de um pro outro, a não ser a questão da comédia, que pede um tipo de preparo específico.

Dois filmes seus chegam ao Brasil quase simultaneamente. Qual a sua expectativa em relação ao acolhimento global dos filmes?
Salif – O filme (Voz de Aluguel) já foi exibido na Europa, na América do Sul, em Israel, Alemanha, Polônia, muitos países do mundo inteiro compraram o filme. Isso mostra que o cinema francês consegue circular fora da França e alcançar públicos que não são necessariamente países com a mesma tradição cultural. É algo que me agrada.
Como você enxerga a recepção internacional das comédiComo você enxerga a recepção internacional das comédias francesas hoje?as francesas hoje?
Salif– Eu ainda não tive o distanciamento necessário pra poder responder essa pergunta com mais clareza, porque estamos falando de uma carreira de cinco a seis anos. Normalmente eu me refiro a pessoas que já têm mais bagagem e experiência. Mas, mesmo assim, eu fico muito maravilhado com essa oportunidade de ver os filmes viajarem e encontrarem públicos diferentes.
Vale destacar que todos os entrevistados estiveram no Brasil a convite do Festival Cinema Francês do Brasil, com uma edição especial com a presença de grandes nomes do cinema francês. Estiveram no país a atriz Isabelle Huppert, os diretores Fabienne Godet, Valérie Donzelli, Jean-Claude Barny e Victor Rodenbach, além do ator Bastien Bouillon. O evento também contou com a presença do ator e diretor Pierre Richard, homenageado desta edição.
Cissé revela um ator atento ao alcance de seus trabalhos e consciente do momento que vive na carreira. Ainda em construção, sua trajetória já aponta para uma comédia francesa capaz de circular por diferentes territórios, criando pontes com públicos diversos e reforçando o cinema como uma linguagem universal de identificação e troca.