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Créditos: Capivara Alternativa |
Por: Igor Ferreira
Na noite desta sexta (22), fomos prestigiar “Homem Com H” e como já era de se esperar, o espetáculo proporcionou uma experiência teatral notável, desde o primeiro instante até o ato final. Com texto de Emilio Boechat e Marilia Toledo, que assina também a direção ao lado de Fernanda Chamma, direção musical de Daniel Rocha e uma produção meticulosamente orquestrada, o público foi imerso na extraordinária trajetória de Ney Matogrosso, testemunhando seu início e ascensão no mundo da música.
Durante um dos primeiros diálogos da peça, o texto traz uma frase impactante: “Eu não sou viado, mas quando eu for o Brasil inteiro vai saber.” Essa introdução intrigante instantaneamente capturou a atenção da plateia, preparando o terreno para um espetáculo que cativou a todos presentes.
Desde o primeiro salto no tempo, fomos transportados para diferentes momentos da vida de Ney Matogrosso, cada um apresentando uma peça do quebra-cabeça que é a sua carreira. Um destaque notável foi para a performance coreografada com dançarinos que exibiram uma sincronia incrível e uma coreografia visualmente deslumbrante. A dedicação dos atores em incorporar fielmente seus personagens era evidente desde o começo.
A atuação magistral de Renan Mattos no papel de Ney Matogrosso merece aplausos. Sua habilidade em capturar os trejeitos, o timbre vocal e o estilo de dança do artista foi impressionante. A representação foi tão autêntica que, em muitos momentos, parecia que estávamos testemunhando o próprio Ney Matogrosso em seu auge.
Além da caracterização impecável, os cenários em constante movimento durante todo o espetáculo foram um ponto alto. A forma como os cenários se deslocavam de maneira sincronizada e fluida transportava a plateia para diferentes momentos da vida do artista, quase como se o tempo estivesse se desdobrando diante de nossos olhos.
O espetáculo também homenageou outros ícones da música que tiveram um impacto significativo na vida de Ney Matogrosso, como Cazuza (Vinícius Loyola) e Rita Lee (Hellen de Castro). Suas presenças na história acrescentaram camadas adicionais de profundidade à narrativa.
Durante as performances, era visível a paixão e o encanto nos olhos da plateia, que estava cativada por cada detalhe do espetáculo. À medida que a história se desenrolava, somos transportados para a época da epidemia de AIDS, um período marcante na história, e foi impossível conter as emoções diante das representações tocantes.
No ato final, diálogos envolvendo música e poesia envolveram o público de maneira profunda. O silêncio absoluto que se instalou no teatro durante esses momentos testemunhou a atenção fervorosa de cada espectador ao desfecho da história.
O Teatro Opus Frei Caneca mais uma vez nos brindou com uma viagem no tempo, revelando facetas desconhecidas de personalidades que moldaram a história da música no Brasil. O elenco, aparentemente feito sob medida para seus papéis, entregou performances excepcionais, e as homenagens prestadas a Ney Matogrosso estiveram à altura do legado do artista.
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Renan Mattos como Ney Matogrosso / Foto: Divulgação |
“Homem Com H” é uma obra que não apenas celebra a vida de Ney Matogrosso, mas também oferece uma reflexão profunda sobre a história da música e os desafios enfrentados por artistas durante diferentes períodos. É um espetáculo que merece ser apreciado e aplaudido, e que certamente permanecerá na memória daqueles que tiveram a oportunidade de testemunhá-lo.
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