Ontem, tivemos o privilégio de participar da pré-estreia do muito aguardado filme do Mamonas Assassinas, um tributo emocional ao icônico fenômeno brasileiro que deixou uma marca indelével na história musical do país. Sob o título “Mamonas Assassinas – O Impossível Não Existe” e com a direção habilidosa de Edson Spinello, o filme está programado para lançamento em todos os cinemas brasileiros em 28 de dezembro, prometendo uma imersão profunda na trajetória e nos desafios enfrentados pelo quinteto que conquistou os corações do Brasil.
Vale ressaltar que o filme não se trata de um documentário, a obra centra-se não na tragédia que encerrou prematuramente a jornada dos membros da banda, mas nos desafios superados pelos amigos de Guarulhos que se transformaram nos queridos ídolos do público. O enredo habilmente inicia com a apresentação da vida dos cinco membros, destacando Ruy Brissac como Dinho, Alberto Hinoto como Bento, Robson Lima (Júlio Rasec), Adriano Tunes como Samuel, e Rener Freitas (Sergio Reoli), antes mesmo de consolidarem sua amizade e carreira musical.
Divulgação | Créditos: Edu Moraes
Ao longo do filme, somos transportados para situações que claramente serviram de inspiração para as célebres músicas da banda. No entanto, alguns cortes abruptos geram uma sensação de espaçamento excessivo entre as cenas, conferindo uma rapidez talvez excessiva à narrativa. Durante a coletiva de imprensa, foi revelado que uma série sobre a banda está em desenvolvimento, possivelmente explicando esses cortes e sugerindo a possibilidade de um trabalho mais elaborado e extenso no futuro.
Um ponto de destaque ocorre durante uma das performances dos Mamonas, onde a alternância entre a banda no palco, cenas gravadas do público e imagens originais do show na época resulta em uma discrepância notável na qualidade de imagem. Embora o experimento seja interessante, revela falhas na sequência, prejudicando a imersão, especialmente ao percebermos a disparidade entre os gritos da plateia e a reação observada em outros ângulos da câmera.
A atuação de Ruy Brissac como Dinho é verdadeiramente excepcional, tornando-se o coração do filme. Os demais membros da banda também desempenham seus papéis com competência, embora, em momentos específicos, a transmissão emocional possa parecer menos intensa. Essas nuances, no entanto, não comprometem significativamente a qualidade da produção.
A equipe de produção revelou que a urgência em lançar o filme se deve à idade avançada de alguns familiares dos membros originais, que estão na faixa dos 90 anos. Essa motivação compreensível pode explicar alguns dos pontos negativos, evidenciando as limitações temporais enfrentadas pela produção e contribuindo para a sensação de brevidade em alguns momentos do filme.
Em conclusão, “Mamonas Assassinas – O Impossível Não Existe” apresenta falhas em detalhes, compreensíveis dadas as restrições de tempo. No entanto, esses aspectos não diminuem a qualidade e a importância da homenagem à banda. O filme deixa a sensação de que algo pode ter sido deixado de fora, mas, dada a notoriedade já estabelecida da banda, isso não parece prejudicar a experiência do público, que provavelmente já possui informações adicionais. O filme efetivamente cumpre seu propósito como uma homenagem sincera, e sua cena final, com certeza, irá comover qualquer pessoa, seja fã ou alguém que tenha ouvido falar da trajetória única e inesquecível dos Mamonas Assassinas.
