“Looney Tunes – O filme: O Dia Que A Terra Explodiu” é uma aventura animada que mistura o humor clássico dos personagens, com ficção científica retrô, trazendo frescor e nostalgia ao mesmo tempo.
“Looney Tunes – O filme: O Dia Que A Terra Explodiu” é uma celebração pura do que torna os Looney Tunes eternos. Desde os primeiros minutos, dá para sentir o cuidado da equipe em respeitar o humor pastelão clássico, mantendo a essência desses personagens sem precisar de modernizações forçadas. O filme tem alma, tem ritmo e, acima de tudo, tem um amor genuíno pelo legado dos desenhos animados. Patolino, Gaguinho e Petúnia formam o coração da história, numa decisão acertadíssima que foca na química entre eles em vez de entupir o filme com participações aleatórias.
Patolino e Gaguinho no centro da ação
Ver Patolino quebrando a quarta parede, interagindo com o público e reforçando que aquilo é, sim, um desenho animado, é um lembrete delicioso do que sempre foi a alma dos Looney Tunes: a liberdade de ser completamente insano. Petúnia, por sua vez, foi reintroduzida, trazendo uma presença forte e divertida que complementa perfeitamente a dinâmica entre o pato e o porco, quase como uma irmã mais sensata tentando sobreviver no meio do caos. Uma piada sobre influenciadores já mostra que o filme sabe brincar com o presente sem esquecer suas raízes. Essa primeira piada não é uma coincidência, porque a sequência de humor é incessante, com piadas verbais, visuais e momentos tão absurdos que é impossível não rir como uma criança.
Retorno perfeito da animação 2D
A animação 2D desenhada à mão é outro dos grandes acertos. Em uma época saturada de animações digitais lisas e sem graça, ver personagens desenhados com tanta expressividade e cor é como encontrar água no deserto. A estética é vibrante, nostálgica e, ao mesmo tempo, incrivelmente fresca. Cada movimento exagerado, cada reação desproporcional carrega a energia dos clássicos de antigamente, mas com a clareza e o cuidado das produções modernas. No início do filme, cenas com o personagem Fazendeiro Jim, são um show à parte, misturando o melhor da animação old school com o timing preciso que o formato atual permite.
Ficção científica com o toque Looney Tunes
Além da animação e do humor afiado, o roteiro ainda consegue prestar uma homenagem sincera aos filmes de ficção científica dos anos 50, usando todos aqueles clichês maravilhosos de maneira inteligente e divertida. Não tem aquela pressa de querer parecer “adulto” ou “sério”, como muitos filmes de animação recentes fazem. Pelo contrário, abraça o absurdo, a loucura e a espontaneidade que fizeram os Looney Tunes tão inesquecíveis. O ritmo é ágil, não existe espaço para tédio, e cada cena parece uma carta de amor à era de ouro dos desenhos.
Um legado que persiste
O melhor de tudo é sentir que quem fez o filme é realmente fã. Dá para perceber no cuidado com as piadas, na forma como a amizade e a rivalidade entre Patolino e Gaguinho são mostradas, e no fato de que a história nunca se perde tentando ser maior do que precisa. É um filme sobre três personagens malucos tentando impedir o fim do mundo, e isso já é mais do que suficiente para garantir diversão de sobra. No fim, O Dia em que a Terra Explodiu é um lembrete perfeito de por que os Looney Tunes sobreviveram por quase um século: porque quando são tratados com respeito, inteligência e amor, eles continuam absolutamente imbatíveis.