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“Oh, Canadá” explora a memória humana de forma surpreendente

Novo filme de Paul Schrader, “Oh, Canadá”, leva o espectador a uma viagem entre passado e presente, fato e ficção. O longa é baseado no livro “Foregone”, de Russell Banks, e chega ao Brasil pela California Filmes.

Estrelado por Richard Gere, Jacob Elordi e Uma Thurman, “Oh, Canadá” marca o retorno do diretor Paul Schrader às telonas. Mais conhecido pelo roteiro dos sucessos ‘Taxi Driver‘ e ‘Touro Indomável‘, o diretor segue um caminho bem diferente em seu novo lançamento.

Apesar de mais uma vez termos um protagonista masculino que foge do seu passado, como em ‘Jardim dos Desejos‘ (2024), Leonard Fife (Richard Gere/Jacob Elordi) parece não apreciar tanto a solidão quanto outros personagens de Schrader. Em “Oh, Canadá“, o protagonista se apresenta como uma figura emblemática e complexa que, por suas escolhas de vida, está sempre fugindo de um vazio que nunca acaba: o de não saber apreciar a própria companhia.

A premissa do filme é simples: um documentarista, no fim da vida, decide ser o tema de um documentário sobre ele mesmo. Quem passou a vida por trás das câmeras, agora está sob o olhar atento delas. Mas, com a memória fragilizada pela idade e por uma doença, é difícil distinguir o que é fato e o que é ficção. E, talvez, este seja o ponto mais instigante do longa.

Real ou imaginário?

Durante todo o filme, o espectador é questionado e ativamente convidado a fazer parte da narrativa. Nunca fica muito claro se o que Leonard fala é real ou algo imaginário. As memórias se confundem a todo momento: em cores, em ordem de acontecimento, em nível de seriedade, no tempo. O passado deságua no presente; o presente se torna preto e branco, indicando um flashback ainda mais antigo do que o passado que até então aparecera. E, no meio de todas essas memórias fragmentadas, encontra-se o público: faminto por respostas e por descobrir o que, de fato, aconteceu na vida de Leonard Fife.

Uma coisa é possível adiantar: isso nunca fica 100% claro. Pelas reações de algumas das pessoas ao seu redor diante de revelações bombásticas que ele faz, é possível inferir a veracidade de alguns pontos. No entanto, outros ficam totalmente a cargo do telespectador, que precisa tirar suas próprias conclusões. Inclusive, a maioria dos recursos visuais utilizados para entregar essa oscilação entre tempo e espaço são muito interessantes.

Perguntas e respostas

Em uma cena, por exemplo, a versão de Leonard interpretada por Richard Gere se olha no espelho e vê sua versão mais nova, interpretada por Jacob Elordi. Em outro momento, a versão de Gere ocupa um espaço do passado que, tecnicamente, deveria ter sido ocupado pela versão de Elordi. Sim, como se o personagem Leonard estivesse literalmente revisitando suas memórias.

Talvez um ponto que possa desagradar alguns espectadores mais atentos seja o fato de que, do meio para o final do longa, alguns diálogos e reflexões do protagonista parecem se arrastar um pouco, durando mais do que o necessário. Por outro lado, talvez essa seja a intenção: demonstrar, de forma prática, como o próprio Leonard se perde no que diz. Além de que, por isso, o público não pode acreditar em tudo o que ele diz.

O Veredicto

Oh, Canadá” é, sem dúvidas, um dos melhores trabalhos de Schrader como diretor. Apesar de o longa manter seu estilo característico, com foco em personagens solitários e introspectivos, e em temas como culpa, redenção e a busca por significado em um mundo secularizado, o diretor também se aventura fora dessa zona de conforto, mergulhando mais fundo na psique de seu protagonista e deixando o público decidir quais conclusões tirar. As atuações impecáveis do elenco, em especial do trio Thurman, Gere e Elordi, são um dos pontos altos do longa.

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