Com três faixas inéditas, o artista usa o número sete para explorar ciclos, introspecções e os famosos “e se?” da vida.
Di Ferrero não lançou apenas um EP. Ele inaugurou um portal. No dia sete de abril, às 19 da noite, o cantor liberou “7“, seu novo projeto, composto por três faixas profundas e interligadas. Mas o número escolhido para dar nome à obra não veio à toa — ele simboliza mudanças, espiritualidade, introspecção. E, para Di Ferrero, representa uma virada de chave.
“É como a hora azul, quando o dia se despede e a noite começa”, explicou o músico. O EP chega carregado de sentido, mas também abre espaço para interpretações subjetivas.
O som do invisível
O EP começa com “O Som da Desilusão“, uma faixa que cutuca feridas, mas também conforta. Porém, ao invés de respostas, a música oferece questionamentos. “A desilusão não tem som, então qual seria ele?”, provoca Di Ferrero. A canção mistura clima melancólico e batidas intensas, e flerta com o sentimento universal de perda — amorosa, pessoal, ou até existencial.
Mas, mesmo na dor, há espaço para recomeço. “O grande lance é continuar e até tirar proveito, achar graça”, diz.

Olhar para trás, mas seguir em frente
A segunda faixa, “Além do Fim“, investiga memórias que já passaram, mas ainda ecoam. Entretanto, ela não se prende ao passado. Com um refrão envolvente e sintetizadores modernos, a música revisita o antigo com olhos de presente. “Ela joga para cima. É leve, mas profunda. Tem a ver com tudo o que já fui e com o que estou sendo agora”, resume o artista.
Encerrando a jornada, “Universo Paralelo” leva os ouvintes para o reino das possibilidades. “E se tivesse sido diferente? E se eu tivesse agido de outra forma?” A faixa é dançante, cheia de groove, e nasceu da inquietação que mora nos encontros e desencontros da vida amorosa. “Todo mundo que convive com alguém já viveu esses dilemas”, conta Di Ferrero, que leu “A Coragem de Não Agradar” durante a criação do EP.
Um trilho em três atos
Porém, as músicas não vieram sozinhas. Elas ganham corpo com três visualizers gravados em plano-sequência. Cada um dirigido por nomes diferentes, mas todos conectados em um só fluxo. Tudo começa em um sonho lúdico, passa pelo isolamento e termina em múltiplas versões de Di Ferrero, cada uma com suas dúvidas e nuances.
Mas não é só a estética que surpreende. A tecnologia e a criatividade caminham juntas. A direção de arte mistura inteligência artificial e emoção, criando um deserto introspectivo, uma casa solitária, e um mundo paralelo onde tudo é possível — e subjetivo.
“7” não é apenas um número. É um convite. Um chamado à reflexão sobre os ciclos da vida, as reviravoltas internas e a beleza de não ter todas as respostas.