Misturando ficção científica, amizade e diferentes modelos de família, o novo filme da Pixar aposta na emoção intergaláctica para conquistar o público de todas as idades. Saiba por que esse é um dos lançamentos mais sensíveis do estúdio.
A Pixar fez de novo! Elio, a mais recente animação do estúdio, já está em cartaz nos cinemas brasileiros e entrega uma história emocionante sobre amizade, pertencimento e laços familiares fora dos padrões tradicionais. Assinada por Madeline Sharafian, Domee Shi e Adrian Molina (nomes por trás de “Viva – A Vida é uma Festa”). A trama acompanha um garoto criativo que, ao ser confundido com o líder da Terra, é levado por engano para um conselho intergaláctico onde precisa provar seu valor e aprender a confiar em quem está ao seu redor. O resultado é um filme que mistura emoção, ficção científica e representatividade.
Famílias diferentes, afeto igual
Um dos aspectos mais bonitos do filme é como ele trata diferentes configurações familiares com naturalidade. Elio é criado por sua tia, uma major da Força Aérea que tenta equilibrar carreira e maternidade improvisada. Já Glordon vive com o pai e não convive com a mãe. Esses contextos não são tratados como ausência ou falta, mas sim como estruturas possíveis de cuidado, mostrando que família pode ser o que se constrói no dia a dia.
O filme traz elementos que já se tornaram clássicos da Pixar. Protagonistas deslocados, relações emocionais sinceras, humor inteligente e um toque de fantasia. A direção escolheu um ritmo mais contemplativo, com espaço para o desenvolvimento dos sentimentos e dos dilemas dos personagens. O filme convida à empatia com uma leveza que funciona muito bem.

Referência real escondida no roteiro
Em 1977, a NASA lançou as sondas Voyager 1 e 2 com o famoso Disco de Ouro, uma mensagem interestelar com sons e imagens que representam a diversidade da vida na Terra. Essa referência aparece discretamente no filme, como um detalhe sutil, mas que mostra o cuidado em conectar elementos reais da exploração espacial com sua narrativa. Não é o foco da trama, mas adiciona uma camada a mais para quem aprecia ciência e história.

Visual deslumbrante e construção de mundo fascinante
O cuidado visual também é impressionante. A Terra aparece com cores apagadas e cenários simétricos, refletindo a rotina monótona de Elio na base militar. Já o Comuniverso é repleto de alienígenas com formas, cores e modos de vida distintos. O ambiente é vibrante, criativo e cheio de detalhes que revelam o capricho técnico do estúdio. A construção dos biomas, das linguagens e dos habitats reforça o quanto o filme entregou na parte artística.
A história acerta em cheio ao falar com crianças e adultos, explorando inseguranças, sonhos e afetos com honestidade. Com uma aventura no espaço, a ideia de se sentir fora do lugar, e ainda assim continuar procurando por conexões, ganha um ótimo contexto. Tudo isso mostra como a Pixar continua elevando o padrão de suas animações.