‘Meu Amigo Totoro’ é um clássico que, mesmo após 3 décadas, a atmosfera mágica nos faz sentir um abraço quentinho perto do coração
Poucos filmes de animação conseguem atravessar gerações com a mesma delicadeza e impacto de ‘Meu Amigo Totoro‘ (1988), dirigido por Hayao Miyazaki e produzido pelo Studio Ghibli. Muito mais do que uma simples aventura infantil, a obra se consolidou como um marco do cinema mundial, encantando tanto crianças quanto adultos com sua atmosfera mágica e visuais estonteantes.
Enquanto para muitos, a jornada e trama épica de ‘A Viagem de Chihiro’ (2001) é o primeiro contato com as animações Ghibli, Totoro escolhe a simplicidade, explorando a infância, a família e a conexão com a natureza.
Simplicidade que torna a natureza protagonista
A história nos apresenta Satsuki e Mei, duas irmãs que se mudam para o campo junto do pai enquanto a mãe está hospitalizada. Acompanhamos a rotina simples e toda a casualidade de uma mudança, no entanto, é justamente nessa simplicidade que reside sua força. O filme captura com clareza os medos, as alegrias e as descobertas da infância. Enquanto exploram a nova casa e os arredores, as meninas descobrem pequenos seres mágicos, como os Susuwatari (as “fuligens” que vivem em casas antigas), até finalmente conhecerem Totoro.
Totoro é o espírito que habita a floresta Tsukamori, próxima à casa. Uma criatura grande e misteriosa que age como uma presença mágica e acolhedora, ajudando as irmãs a enfrentar a ausência e a incerteza. Mesmo que não fale, se comunica por meio de gestos e sons, tornando-se um amigo protetor e cúmplice das aventuras.
Visualmente, o filme é uma celebração da natureza. O vento balançando as folhas, a chuva pesada caindo no campo, o som dos insetos ao entardecer, todos esses detalhes são apreciados devidamente. Isso nos leva a outro ponto positivo: a ausência de pressa. ‘Meu Amigo Totoro‘ permite silêncios, contemplação e pausas para que toda a composição de tela transmita a paz e serenidade mesmo sem diálogos. A trilha do compositor Joe Hisaishi acompanha essas cenas, destacando-se as faixas “A Huge Tree in the Tsukamori Forest” e “The Path of the Wind“.
Para um público acostumado a narrativas cheias de ação, pode parecer lento, mas esse ritmo é essencial, ele nos convida a desacelerar e a sentir, como as próprias crianças. Miyazaki não idealiza apenas a infância, mas também a relação humana com o ambiente, propondo um olhar de respeito e encantamento pelo mundo natural.
Ghibli Fest
Neste mês, Totoro e diversas obras retornarão aos cinemas para uma celebração de 40 anos do Studio Ghibli. A Sato Company está à frente do Ghibli Fest, mostra inédita que trará 22 filmes a diversas redes de cinema em todo o país. Além de ‘Meu Amigo Totoro‘, outros clássicos como ‘Princesa Mononoke‘, ‘O Castelo Animado‘ e ‘Ponyo‘ estão confirmados para exibição e você pode comprar seus ingressos por aqui.