A adaptação brasileira do musical, baseado no filme australiano de 1994, celebra a diversidade e a amizade, prometendo impactar profundamente o cenário cultural do país.
O palco do Teatro Bradesco está prestes a ser iluminado por um dos musicais mais icônicos do mundo. A partir de 7 de junho, a adaptação brasileira de ‘Priscilla – A Rainha do Deserto‘ promete impactar profundamente o cenário cultural do país. Baseado no clássico filme australiano de 1994, o musical celebra a diversidade, a aceitação e o poder transformador da amizade. No papel principal, Reynaldo Gianecchini dará vida a Anthony “Tick” Belrose, um performer e drag queen cujo nome artístico é Mitzi Mitosis. Ao seu lado, Diego Martins interpretará Adam Whiteley, também conhecido como Felicia. As talentosas atrizes Verónica Valenttino e Wallie Ruy se revezarão no papel de Bernadette Bassenger, trazendo à vida uma personagem poderosa e inspiradora.
Estivemos presentes na coletiva de imprensa, aonde parte do elenco e os produtores compartilharam detalhes sobre essa estreia tão aguardada.
Celebração à diversidade e empoderamento
‘Priscilla – A Rainha do Deserto‘ é uma vibrante celebração da diversidade. A narrativa acompanha três drag queens que atravessam o deserto australiano em um ônibus colorido, explorando temas de identidade, aceitação e a luta contra o preconceito. A produção do musical promete servir como uma poderosa plataforma para promover a inclusão e a aceitação de diversas identidades de gênero e orientações sexuais, ressaltando a importância do respeito e da igualdade. O lançamento em junho, mês do orgulho LGBTQIA+, amplifica ainda mais o impacto dessa mensagem de amor e aceitação.
“Estamos muito felizes com essa nova montagem, totalmente original. Uma montagem criada pelos nossos maravilhosos criativos, dirigida pelo Jorge de Godoy, coreografias de Mariana Barros, cenografia de Matt Kinley e figurinos de Fábio Namatame. Acredito que estamos em um momento de inclusão muito maior, onde as pessoas e os patrocinadores têm dado tudo de si nos últimos meses para que esse espetáculo aconteça. Colocar uma produção desse tamanho de pé não é tarefa fácil. Exige tempo, planejamento e, claro, marcas que acreditam na cultura e neste título.”
Diálogo sobre gênero e sexualidade na sociedade
No Brasil, apesar dos avanços em direitos LGBTQIA+, ainda enfrentamos desafios significativos em termos de preconceito e violência. ‘Priscilla’ no teatro brasileiro surgirá como um catalisador, proporcionando uma plataforma para discutir questões relevantes e atuais sobre gênero e sexualidade, além de celebrar a cultura drag, que já é uma parte vibrante da cena cultural brasileira. Com duas mulheres trans no elenco principal, o espetáculo não só brilha nos palcos, mas também traz relevância nos bastidores, demonstrando um compromisso com a inclusão e a diversidade em todas as suas formas.
“A gente se sente extremamente honrada! Temos falado há muito tempo sobre representatividade, que é poder estar presente nos trabalhos e nessas produções, seja em qualquer trabalho, não apenas no teatro musical, mas também por trás das câmeras, na TV, na novela, no cinema. É importante perceber o quanto é reparador o fato de estarmos presentes. Estamos falando de reparação histórica, do tempo que ficamos silenciadas, que nossa comunidade foi e ainda é silenciada. Então, só o fato de estarmos presentes é muito precioso. Estamos falando de duas travestis, duas mulheres trans, que carregam em seu DNA toda uma transcestralidade, e estamos aqui por todas essas grandes divas que nunca puderam estar.” – Wallie Ruy
“A gente está com os microfones nas mãos, não é? Quando a gente fala de proporcionalidade, temos duas travestis e uma pessoa não binária no nosso elenco. Isso ainda não é o suficiente; nós somos o sonho realizado das nossas transcestrais, a concretização das nossas crianças que não se viam como uma presença possível. Mas ainda não é a realidade de grande parte da população transgênero nesse país, que ainda é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo inteiro. Ainda que tenhamos hoje duas travestis ocupando o Congresso Nacional, também temos uma grande porcentagem de projetos antitrans transitando no país.” – Verónica Valenttino
O brilho e a arte do drag em destaque
Em um primeiro vislumbre das cenas apresentadas, o musical promete uma história contada com muito glamour e cenários estonteantes. O palco montado lembra os palcos de shows de grandes divas pop. Um dos números, que traz uma bola de espelhos gigante no palco, já destaca toda a riqueza visual do espetáculo, somada às coreografias e aos alcances vocais dignos de estrelas. O musical destaca a arte do drag, que tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil através de shows, festas e programas de TV. “Priscilla” traz essa arte para um palco maior e mais acessível, mostrando ao público a beleza, o talento e a criatividade dos artistas drag. Isso pode inspirar novas gerações de performers e fãs, além de ajudar a normalizar e respeitar essa forma de expressão artística.
“Eu falo que estamos fazendo uma ‘Priscilla atemporal’, mesmo essa história tendo sido fundada nos anos 90. Eu queria trazer tudo o que a cultura drag representa. Fiz muitas mudanças no texto, obviamente aprovadas pelos licenciadores, e demos um jeito de trazer muito da cultura drag atual para o nosso espetáculo, porém, nas passarelas. Essa versão traz muito da cultura drag moderna.”
Uma revolução cultural
‘Priscilla – A Rainha do Deserto‘ sem dúvida será um espetáculo de grande importância. Além de proporcionar entretenimento de alta qualidade, o musical traz um impacto profundo e serve como estímulo para mudanças positivas na sociedade. Ao fortalecer a cultura LGBTQIA+ e destacar a arte drag, ele promove a inclusão e a diversidade de maneira significativa. O musical elevará o padrão das produções teatrais no Brasil, incentivando investimentos em cenografia, figurino, iluminação e outras áreas técnicas. Esse incentivo não somente melhorará a qualidade das produções locais, como também promoverá a inovação na indústria teatral brasileira. Clique aqui e garanta seus ingressos.
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