“A Mulher da Van” estreia nova temporada com Nathalia Timberg no Teatro Bravos

Com direção de Ricardo Grasson, espetáculo ainda traz no elenco Caco Ciocler, Nilton Bicudo, Duda Mamberti, Roberto Arduin, Lilian Blanc, Noemi Marinho Cléo De Páris e Lara Córdulla

A atriz Nathalia Timberg, que completa 96 anos em 2025, retorna ao palco com o espetáculo “A Mulher da Van“, do autor inglês Alan Bennett. A nova temporada estreia no dia 4 de julho no Teatro Bravos, em São Paulo, e segue em cartaz até 3 de agosto. Os ingressos já estão à venda e prometem levar o público para uma reflexão sobre as complexas relações humanas, a tolerância e o etarismo.

Com direção de Ricardo Grasson, o espetáculo conta ainda com Caco Ciocler, Nilton Bicudo, Duda Mamberti, Roberto Arduin, Lilian Blanc, Noemi Marinho, Cléo De Páris e Lara Córdulla. A tradução da peça é de Clara Carvalho.

Um elenco de transformação

Para Grasson, esse time de artistas é especial justamente pela capacidade de se transformarem em cena. “Todos eles são atores de transfiguração, de composição, porque eles têm muita facilidade de se transformar no próprio personagem, mudando o jeito de andar, de falar, a voz, o corpo e expressões. Esse tipo de ator é muito raro e, na montagem, eu tenho certeza de que formamos um time muito poderoso”, afirma o diretor.

Um sonho antigo de Nathalia

O diretor também revela que essa montagem de “A Mulher da Van” tem um significado ainda mais profundo, pois nasceu de um antigo desejo de Nathalia Timberg. “Ela tinha esse texto há mais de 15 anos e, quando nós fazíamos a peça ‘33 Variações’, em 2016, me contou sobre a vontade de montá-la. Com a pandemia de Covid-19, ela ficou cinco anos longe do palco e, então, me ligou dizendo que gostaria de finalmente retomar o projeto – possivelmente seu último trabalho”, conta Grasson.

O espetáculo parte de uma história curiosa, em que o autor, apesar de ter uma boa relação com a mãe idosa, precisou interná-la em uma casa de repouso por não conseguir cuidar dela. “É muito interessante, pois o texto fala um pouco sobre essas relações humanas e do cuidado que, às vezes, não conseguimos ter com uma pessoa da própria família, mas acabamos tendo por um desconhecido. Mas acho que também estamos fazendo esse bem para o mundo, sabe?”, reflete Grasson.

A estética do realismo fantástico

Na encenação, Grasson optou por não atualizar o texto para os dias atuais, mas por criar um diálogo com o realismo fantástico, linha que guia seu trabalho de pesquisa. “Toda a encenação, a parte plástica do espetáculo, tem a influência dessa estética, que é muito mais comumente vista na literatura e no cinema. E o realismo fantástico nada mais é do que o realismo distorcido, que é um pouco como a nossa vida”, completa.

Equipe criativa e produção

A cenografia é assinada por Cesar Costa, enquanto Cesar Pivetti cuida do desenho de luz. A trilha sonora e o desenho de som são de LP Daniel, com Marichilene Artichevics nos figurinos e Simone Momo no visagismo. A produção geral fica por conta de Marco Griesi, da Palco 7 Produções.

O espetáculo tem patrocínio da Algar e conta com apoio cultural da Wickbold, viabilizado pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e do PROAC – ICMS -SP.

Ficha Técnica

Sinopse

A peça conta a história real de Mary Shepherd, uma senhora inglesa acumuladora que, na década de 1970, morava dentro de uma van no subúrbio de Londres. Com um passado misterioso e problemático de tempos em tempos, ela estaciona na frente das residências. 

Inicialmente relutante em interagir com a Mulher da Van, Alan gradualmente desenvolve uma relação de amizade e compreensão com ela. Ao longo da história, Alan tenta conciliar sua própria vida pessoal e profissional com a presença de Shepherd na rua, ele se torna cada vez mais envolvido em sua vida, oferecendo-lhe assistência prática e apoio emocional. A relação entre os dois personagens principais é marcada por humor, compaixão e reflexões sobre solidão, humanidade, envelhecimento e os desafios da convivência.

Serviço – “A Mulher da Van” (“The Lady in The Van” de Alan Bennett)

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