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A Substância: uma odisseia intensa de glamour e desconforto

Ao longo de uma viagem visual que envolve horror corporal e simbolismo, o filme proporciona uma experiência intensa e desafiadora para o espectador.




O passeio em uma montanha-russa, oferece uma experiência de adrenalina, em que segundos parecem eternidades e cada curva promete mais emoção do que a anterior. Após assistir “A Substância”, não houve outra comparação, a não ser esse mesmo conjunto de experiências. Dirigido por Coralie Fargeat, o filme, é uma mistura poderosa de suspense, horror e drama, que traz à tona uma análise aprofundada sobre a beleza, envelhecimento e o impacto cruel da sociedade sobre as mulheres. Protagonizado por Demi Moore, Dennis Quaid e Margaret Qualley, o longa vibra através de sua narrativa visual ousada e a crescente tensão da trama.


Um duelo entre a beleza e a toxicidade masculina

Demi Moore está deslumbrante no papel, interpretando uma atriz veterana que enfrenta o abandono e o esquecimento da indústria cinematográfica, algo que contrasta com as expectativas insensíveis impostas às mulheres. Sua atuação é intensa, rica em detalhes, refletindo o desgaste emocional de quem foi condicionada a sentir a futilidade da beleza e o ressentimento de uma juventude perdida. Ao lado dela, Dennis Quaid representa a toxicidade masculina de maneira crua e metafórica.


Um prelúdio de sedução e horror

O roteiro se destaca por sua estrutura dividida em etapas. No início, ponto-chave é a sedução visual: a estética fitness dos anos 80, a uma trilha sonora e cores vibrantes nos prendem à tela. Margaret Qualley brilha no início da história, com um desempenho magnético, que nos captura de imediato. O primeiro ato é apenas um prelúdio para a verdadeira jornada que o filme nos reserva. A reviravolta vem com a transformação brutal da narrativa, abandonando o glamour para abraçar o grotesco em uma abordagem chocante de horror corporal.


Provocação e desconforto

Outro grande destaque do filme é a direção de arte, especialmente a maquiagem e as próteses, que remetem ao estilo repulsivo e detalhista dos filmes de David Cronenberg. Cada detalhe é um trabalho artístico de causar desconforto, utilizando elementos grotescos para intensificar a sensação de repulsa. A comida, que aparece repetidamente em diversas cenas, é transformada em um símbolo de desconforto e repugnância, aproximando o público do grotesco. As texturas visuais são tão marcantes que, em muitos momentos, o excesso de detalhes prende o espectador, mantendo o filme na linha tênue entre a arte perturbadora e a provocação intencional. É um verdadeiro desafio aos sentidos, tornando o filme uma experiência de incômodo e fascínio.


Chocante e refinado

A montagem e a cinematografia ousada elevam “A Substância” ao status de um filme independente que, ao mesmo tempo, carrega o refinamento técnico de Hollywood. A influência clara de obras como “Neon Demon” e “Antiviral” serve como uma base estética, mas Fargeat consegue ir além, imprimindo uma identidade própria. O filme não se limita a chocar visualmente, mas desafia seus espectadores com um horror corporal extremo, explorando a violência física e psicológico, perturbando em níveis mais profundos.


Proposta desafiadora

O ato final, apesar de ser estendido além do necessário, consegue amarrar a narrativa de maneira coerente. A intensidade das cenas é hipnotizante, até para os que, em algum momento, sentem a necessidade de desviar o olhar. Este não é um filme fácil de digerir, mas sua proposta de desafiar os limites da percepção e da resistência do espectador é clara, abordando temas profundos e recheados de simbolismo. “A Substância” é uma jornada intensa e caótica, uma sinfonia de adrenalina que rompe com o convencional e entrega uma reflexão desconcertante sobre beleza e envelhecimento. Para aqueles que buscam um cinema que ultrapassa a zona de conforto e desafia as normas, este filme oferece uma experiência imersiva, desconfortável, mas sem dúvida, memorável.



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