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“AINDA NÃO É AMANHÔ retrata o aborto com sensibilidade e foco no protagonismo feminino

Filme dirigido por Milena Times acompanha a trajetória de uma jovem diante de uma gravidez indesejada e revela os impactos reais da criminalização do aborto no Brasil, com um olhar íntimo, potente e carregado de afeto.

Desde os primeiros minutos, “AINDA NÃO É AMANHÔ apresenta ao espectador uma realidade reconhecível: casas simples, famílias de periferia, cotidiano apertado e cheio de esforço. A protagonista, Janaína, interpretada por Mayara Santos, é uma jovem estudiosa, determinada, para ser a primeira da família a concluir o ensino superior. O cenário regional é apresentado com riqueza de detalhes e sotaques carregados, criando uma identificação imediata com o público.

Aborto e seu estigma: escolha como foco central

Um dos principais méritos do filme é tratar o aborto como uma questão de escolha e autonomia, e não como consequência da irresponsabilidade masculina. Ao contrário do que se vê em tantas narrativas que reduzem o aborto à ausência paterna, aqui vemos um pai que deseja participar da criação da criança e se dispõe a assumir responsabilidades. O centro da decisão está nas mãos da mulher, por suas próprias razões, sonhos e limites. Isso torna o longa particularmente relevante ao discutir o aborto não como tabu ou drama gratuito, mas como um processo íntimo, muitas vezes solitário, que exige coragem.

A produção escolhe uma construção mais sutil. A narrativa se desenrola lentamente, como se o tempo estivesse colado à pele da protagonista. Sentimos com ela o passar dos dias, o peso das incertezas e o desespero crescente diante da urgência de decidir. Não há trilhas dramáticas ou reviravoltas exageradas. A tensão está no cotidiano e na opressão das ausências institucionais. A escolha por esse ritmo mais introspectivo convida o espectador a ocupar o mesmo lugar de angústia que Janaína vive.

Entre diálogos e atuações, momentos que oscilam

Apesar da ambientação bem construída, alguns diálogos soam artificiais, especialmente nas falas da avó, que em certos momentos parece estar lendo um texto decorado. Existe uma variação na entrega dos atores, criando uma pequena ruptura entre cenas intensas e outras que carecem de profundidade. Mesmo assim, a força de Janaína e sua melhor amiga, Kelly (Bárbara Vitória), mantém o coração da história com emoção e carisma.

Rede de apoio feminina como pilar da narrativa

Além do principal foco da narrativa, o apoio feminino também é um assunto muito bem representado. A protagonista encontra força em sua melhor amiga e em uma colega de escola. O protagonismo é, em quase sua totalidade, feminino. O único personagem masculino relevante, o pai da criança, aparece pouco, com duas falas curtas. Essa ausência parece proposital: o centro da história é a mulher, seu corpo, sua decisão. A trilha sonora, que inclui a voz potente de Elza Soares, ajuda a reforçar esse clima de resistência, luta e sororidade.

O especial na obra, é seu equilíbrio. Em nenhum momento a escolha de Janaína é retratada como leviana ou impensada. Pelo contrário, a decisão é dolorosa, construída em silêncio, envolta em medo e reflexão. Milena não transforma seu filme em um manifesto direto, mas entrega uma obra política pela forma como humaniza e amplia o debate. Não há respostas prontas, somente camadas de sentimentos e obstáculos que ajudam a compreender o peso dessa escolha.

Um filme que merece ser visto e discutido

“AINDA NÃO É AMANHÔ convida o público a enxergar o aborto a partir da perspectiva de quem mais importa: a mulher. No Brasil, o aborto só é legal em casos de estupro, risco de vida da gestante ou anencefalia fetal. Mesmo nesses casos, o acesso é frequentemente negado, dificultado por obstáculos burocráticos e omissões do Estado. A história funciona como denúncia.

A produção expõe esse abismo entre o que está na lei e o que acontece na prática, revelando como mulheres jovens e de baixa renda são as mais afetadas por essa negligência institucional. Já em seu primeiro trabalho na direção de um longa. Milena Times oferece uma ótima perspectiva sobre um assunto que ainda é tratado com hipocrisia e irresponsabilidade pela sociedade.

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