Ana Clara Poltronieri, bailarina premiada, homenageia sua irmã vítima de feminicídio em novo espetáculo chamado “Amana”
Ana Clara Poltronieri é uma bailarina premiada que já recebeu prêmios como o Denilto Gomes da Cooperativa Paulista de Dança e o Prêmio do Instituto de Arquitetos do Brasil – Seção Paraná. Sua irmã Magó, também teve uma trajetória marcante na dança em São Paulo.
O caso que chocou o país
No dia 25 de janeiro de 2020, Maria Glória Poltronieri, decidiu acampar sozinha em uma chácara no Paraná. Quando a tarde chegou, desceu para uma cachoeira, porém nunca mais voltou. No dia seguinte, sua irmã encontrou seu corpo com sinais de violência sexual e estrangulamento.
Magó já atuou na Cia Carne Agonizante, de Sandro Borelli, e no NIC – Núcleo Improvisação em Contato, de Ricardo Neves, uma carreira admirável. Trabalhou com artistas como Nita Little, Bruno Caverna e Vanessa Macedo. Em 2017, fundou com Ana Clara a Cia Duo Due, voltada à pesquisa e criação em dança contemporânea, com atuação entre Maringá e São Paulo.
A homenagem
O espetáculo de dança Amana terá sua apresentação exclusivamente no dia 22 de março, sábado, 19h, no Centro Cultural Olido, com entrada gratuita. A obra é uma crítica contra a barbárie do machismo e da misoginia. Amana leva junto de si a força da memória e o pedido de justiça não só por Magó, mas por todas que sofreram com essa violência.

A representatividade da água
A água tem um símbolo muito importante no espetáculo, são os corpos das mulheres: “o sangue vivo e pulsante da artista, o fluxo aquoso da memória em vigília e denúncia, potente e delicada”. Um dos objetivos é mostrar que essas mulheres não são somente dados e estatísticas, mas são pessoas, histórias e almas.
Ana Clara mesmo com o trauma, reuniu forças e transformou o seu luta em luta para homenagear a irmã. A ação dela é muito importante, pois quando falamos sobre feminicídio, estamos expandindo a consciência das pessoas sobre e eternizando a memória das vítimas, para que nunca sejam esquecidas.
