Com ingressos esgotados, festival BATEKOO celebra a força da negritude contemporânea e movimenta São Paulo com 12 horas de shows, dança e performance.
A terceira edição do BATEKOO Festival transformou São Paulo na madrugada de sábado (15/11). Das 18h às 6h, o evento sustentou um fluxo contínuo de música, dança e performances que celebram a cultura negra em sua amplitude, das raízes periféricas à estética global. Enquanto isso, um público de mais de 7 mil pessoas ocupou o espaço com energia de estreia, não de reencontro.
Entre as atrações, nomes como BK’ (RJ), Urias (MG), Duquesa (BA), O Kannalha (BA) e Keiona (FR) dividiram o line-up com mais de 30 artistas de diferentes estados e da França. Assim, o festival reafirmou sua vocação de conectar territórios e revelar potências, colocando lado a lado vozes já estabelecidas e novas criadoras que expandem a cultura negra brasileira.
Criada em 2014, a BATEKOO virou referência ao articular arte, política e festa em uma mesma plataforma. Após o adiamento da edição de 2024, a volta em 2025 marcou um ponto de virada: ingressos esgotados antecipadamente e um público disposto a acompanhar a evolução do projeto. Dessa forma, o coletivo celebra uma fase de maturidade e impacto ampliado.
“O BATEKOO Festival 2025 foi nossa vingança, nossa disputa pelo Brasil”, afirma Artur Santoro, diretor e curador do evento. “Em um contexto em que o ‘brazilcore’ viraliza lá fora, apresentamos um Brasil real, que representa a maior parte da população. Há quem se aproprie para estética, e há quem o construa na prática.”
Além disso, a edição só aconteceu graças ao apoio de marcas e instituições que reafirmaram sua importância na agenda cultural, como Grupo L’Oréal, Niely Gold, Spotify Brasil, Embaixada da França, Instituto Francês, Festival Nuit Sonores, Toca UOL, Trace TV e outras parceiras fundamentais. Assim, juntas elas viabilizaram o retorno em um cenário especialmente desafiador para eventos que priorizam diversidade.

BATEKOO / Divulgação
Impacto
Segundo Mauricio Sacramento, CEO, diretor criativo e curador do festival, o impacto da edição ultrapassa os números. “O BATEKOO Festival 2025 representa a união das vozes não ouvidas e a revolução cultural brasileira produzida por mentes negras. Depois de um cancelamento por falta de patrocínio, voltamos com uma edição que era pra ser pocket e virou sold out duplo. O prazer também é projeto.”
Por fim, a próxima edição ainda não tem data definida. “A BATEKOO é o puro suco do Brasil. O planejamento da quarta edição já está em construção, em busca de patrocinadores que se conectam com o país em sua essência”, completa Artur Santoro.