Festival celebra identidade latino-americana e aposta em cultura como motor de desenvolvimento para a cidade
O Bonito CineSur, Festival de Cinema Sul-Americano realizado em Mato Grosso do Sul, segue firme como um dos principais espaços dedicados à valorização da produção audiovisual da América do Sul. Em sua terceira edição, o evento amplia o diálogo com a identidade cultural latino-americana e destaca o cinema como ferramenta de transformação social, educacional e econômica.
Entre os destaques do festival está a homenagem à atriz paraguaia Ana Brun, que conquistou o Urso de Prata de melhor interpretação feminina no Festival de Berlim pelo filme “Las Herederas“. A escolha reforça o compromisso do CineSur com artistas do continente e celebra a força das narrativas produzidas em solo sul-americano.
“Este ano nós estamos homenageando uma atriz espetacular, sensacional, uma atriz paraguaia, Ana Brun. Poucas atrizes sul-americanas ganharam esse prêmio em Berlim. No Brasil, só duas venceram ao longo de décadas. Nós temos que homenagear nossas atrizes, nossos atores, porque precisamos nos ver mais, nos valorizar mais. Precisamos ver filmes que falem dos nossos dramas, sonhos e sentimentos. O Festival é parte desse esforço: mostrar aquilo que a gente tem de espetacular”, afirmou Nilson Rodrigues, idealizador e diretor do Bonito CineSur.
Cinema, identidade e legado
A edição de 2025 vai exibir cerca de 200 filmes, entre produções brasileiras e internacionais, com muitas estreias exclusivas da América do Sul. A curadoria prioriza obras que exploram temas sociais, ambientais e culturais, além de produções voltadas para crianças e jovens.
Com essa programação, o Bonito CineSur quer ir além da tela. A proposta é criar um movimento duradouro de desenvolvimento cultural e econômico para a cidade, com impacto direto na educação, no turismo e no setor criativo local.
“A gente está falando de legado, não só cultural, mas de uma economia. De fomentar o futuro de Bonito para todo um leque de economia que também abrange o social, de crianças que estão tendo oportunidades, por meio do caráter formativo que o Festival também leva. Isso é desenvolvimento de fato. É acesso à educação, a uma nova perspectiva. Bonito agora respira cultura”, destacou Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur-MS.]
Uma calçada diferente e uma nova sala de cinema
Durante o lançamento, outra novidade chamou a atenção: a criação de uma sala de cinema permanente em Bonito. A cidade também vai ganhar sua própria “calçada da fama”, mas com um toque local. Em vez de mãos ou estrelas, ela trará marcas das patas de animais típicos do Cerrado e do Pantanal.
“Essa é a importância de um grande festival que já nasceu grande. Resgatar uma identidade que é nossa e levar para o mundo todo, nossas raízes e culturas. O cinema tem essa força, essa linguagem. Deve envolver a todos: empresários, rede hoteleira, gastronomia, educação e meio ambiente. Fomenta nossa economia e divulga Bonito ao mundo. E a gente está falando de atrair o público sul-americano, resgatar a cultura sul-americana para o nosso Mato Grosso do Sul e para o Brasil”, afirmou Josmail Rodrigues, prefeito da cidade.
Educação, pertencimento e cinema em movimento
Além das exibições, o festival investe em ações de formação. Iniciativas como o Bonito Sur Educa vêm capacitando jovens em oficinas de iniciação ao cinema. Essa preocupação com o pertencimento local também está no centro da fala de Lelo Marchi, diretor de Cultura de Bonito:
“O Festival traz pertencimento. Estamos falando da nossa gente, da América do Sul. Esquece os blockbusters. O legado principal é fazer com que a gente se enxergue nesses filmes. É formar o novo produtor, empoderar a molecada que já está atuando nas oficinas do Bonito Sur Educa, a oficina de iniciação ao cinema, e mostrar que eles são capazes.”
A Energisa, uma das apoiadoras culturais do projeto, também leva sua unidade móvel adaptada como sala de cinema e espaço de educação itinerante. “Além do apoio na infraestrutura, estamos ofertando conteúdo. Essa unidade vai levar informações sobre segurança, eletricidade e consumo eficiente, e, à noite, ser uma sala de cinema. A arte tem essa linguagem acessível e é uma aliada da educação”, explicou Paulo Roberto dos Santos, diretor-presidente da empresa.
Parcerias que viabilizam
O Bonito CineSur é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura, por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. O festival também conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc, Emgea e Ancine, além do apoio institucional da Prefeitura de Bonito, Fundtur-MS, Setesc e governo estadual. A Energisa, a UFMS e a Zoom Publicidade também integram a rede de apoio cultural.
A terceira edição do festival acontece entre os dias 25 de julho e 2 de agosto, mas o público já poderá participar da cerimônia de lançamento neste sábado, 7 de junho, no restaurante Espaço Jack, em Bonito. A contagem regressiva para o maior festival de cinema sul-americano do Centro-Oeste já começou, e promete transformar mais uma vez o cenário cultural da região.
