Na reta final da turnê “Siamês”, Chococorn and the Sugarcanes reafirma seu espaço na cena alternativa com presença explosiva e público cada vez mais engajado.
Depois que rodou o país com apresentações catárticas, a Chococorn and the Sugarcanes retornou a Piracicaba, um dos berços do movimento apelidado de “emo caipira”. O show aconteceu no Benjamin Rock Bar, num domingo em que o entrosamento entre público e banda falou mais alto que o som da distorção.
Apesar disso, não foi apenas nostalgia. Ao mesmo tempo que revisitava as faixas do álbum “Siamês“, o quarteto de Santa Bárbara d’Oeste incluiu novidades no setlist — entre elas, a inédita “Vida de Messi” e a versão acústica da já conhecida “Caminhão de Mudança”.
Antes que a banda chegasse a Piracicaba, outras cidades paulistas como Sorocaba e São José dos Campos também receberam a tour. Constantemente, os shows foram marcados por intensidade emocional e pela energia de um público que mais parece torcida.
Ou seja, o apelido “fãs torcedores” não é exagero: veio do jornalista Lúcio Ribeiro, que apontou como a banda provoca catarse coletiva. Imediatamente, a definição pegou.
Desde que a turnê começou, os números não pararam de crescer. Frequentemente, a banda vem colhendo frutos com o aumento de ouvintes nas plataformas — agora somam quase 10 mil por mês.
Juntamente com isso, a nova versão do álbum remixada por Capilé (Sugar Kane) também já está disponível. Logo depois do lançamento, o engajamento nas redes aumentou ainda mais.

Chococorn and the Sugarcanes / Reprodução
Com os dois pés no chão
Agora, com uma agenda cheia para julho, a Chococorn and the Sugarcanes segue sua trajetória por várias cidades, incluindo Goiânia, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro. Enquanto isso, o grupo aproveita a estrutura do selo +um HITS para gravar novas músicas e planejar um possível segundo álbum.
Ainda assim, a essência segue a mesma: emoção crua, letra honesta e o acolhimento de quem cresceu fora dos grandes centros urbanos. Pietro, Pedro, Alexandre e Pipe continuam a canalizar suas vivências em faixas que misturam o indie rock com a dor gostosa do crescimento.
Anteriormente marginalizado, o emo hoje se reinventa pelas mãos do interior paulista. Agora, bandas como a Chococorn and the Sugarcanes — e outras da mesma cena, como a piracicabana Glover e a Chão de Taco — mostram que é possível emocionar e pertencer sem precisar estar no eixo Rio-São Paulo.
Frequentemente, as letras do “emo caipira” falam sobre o fim da adolescência, saudades da escola e o baque de morar longe da família. Porém, ao contrário do que o nome pode sugerir, o movimento é cheio de vida.
Por fim, a Chococorn and the Sugarcanes vem se firmando como uma das bandas mais cativantes da cena alternativa nacional. Logo após sua passagem por Piracicaba, ficou claro que o quarteto carrega mais que talento: carrega verdade.