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“Contra o Mundo” mistura comédia e tensão em uma aventura surrealista

Escrito e dirigido por Moritz Mohr, em parceria com os também roteiristas Arend Remmers e Tyler Burton Smith, “Contra o Mundo” chega aos cinemas com muita ação, além de fortes referências cinematográficas.

Se Kill Bill (2003) ocorresse no universo de Jogos Vorazes (2012), e parecesse dividido em etapas de um video-game, como em Sucker Punch – Mundo Surreal (2011), o filme-resultado seria “Contra o Mundo“.

Não é que o novo longa de Moritz Mohr não tenha elementos originais ou uma linguagem diferenciada, ele tem. Porém, em muitos pontos da construção de sua narrativa é impossível não pensar em referências cinematográficas anteriores: como a sede de vingança insaciável de Kill Bill, a existência de uma espécie de “jogos vorazes” chamada aqui de “O Abate“, e uma confusão mental experienciada pelo protagonista durante todo o longa, como a da personagem principal de Sucker Punch.

Um dos principais acertos do longa é não se levar muito a sério. O frequente uso do humor, em cenas que propiciam o gênero, é muito acertado. Isso ajuda o espectador a entrar na onda do que está assistindo: a história completamente surrealista de como Boy (ou ‘Garoto’), procura sua vingança à família Van Der Koy, que assassinou brutalmente sua mãe e irmã quando ele ainda era criança.

Como tudo começa

O protagonista é mudo e surdo, o que significa que o público estabelece, logo cedo na narrativa, uma relação de intimidade com ele, já que eles ouvem os pensamentos de Boy. O personagem não lembra qual é sua própria voz, e pega emprestada a de um video-game que ele adorava na infância para narrar mentalmente o que está acontecendo.

Isso significa que, pelas próximas duas horas e alguns minutos, Bill Skårsgard (‘Boy’) tem um rosto e um sonho: se comunicar efetivamente com o público através de suas expressões faciais e gestos. E ele consegue, muito bem, tanto que é impossível imaginar qualquer outro ator no papel. Sua atuação é um dos pontos mais fortes do longa, pela forma como ele é capaz de entregar leveza, expressividade, e emoção, tudo isso em perfeita sincronia com uma voz que não é sua.

Apesar do sotaque americano não muito convincente, também é revigorante ver Michelle Dockery em um personagem caricato e cômico. A estrela de Downton Abbey mostra em “Contra o Mundo” uma versatilidade impressionante, sendo apenas lamentável que tenha aparecido poucas vezes no longa.

O filme conta ainda com a presença de outros grandes nomes do cinema mundial, como Famke Janssen, Brett Gelman, e Jessica Rothe. Este se prova como um elenco para ninguém botar defeito, já que conseguem manter o equilíbrio entre o trágico e o cômico o tempo todo.

Contra tudo e contra todos

O filme orbita em torno do tragicômico o tempo todo. Sabe o famoso “rir para não chorar”? É nessa pegada que o longa caminha. A história de Boy é, no mínimo, dramática. Contudo, o roteiro está sempre introduzindo alívios cômicos e elementos que tiram a seriedade do universo em que a trama se desenrola. Por exemplo, Boy se comunica fazendo leitura labial. Em uma das cenas, ele não consegue entender uma pessoa que seria muito importante que ele entendesse e o que ele entende no lugar? Palavras completamente aleatórias. Que é o que o público ouve também.

As tais palavras não fazem o menor sentido, mas são entregues com tanta convicção que, dentro do contexto da cena, se torna engraçado. Como este, vários outros fatores tentam quebrar as expectativas do espectador, como o fato de que o personagem principal já começa a enfrentar vilões nos 30 minutos iniciais do longa.

Só que enquanto alguns dos recursos criativos dão muito certo e afastam “Contra o Mundo” de histórias anteriores, que já permearam os cinemas ao redor do mundo, outros não conseguem fazer o mesmo. Algumas das cenas parecem seguir uma receita de bolo, porque mal elas começam, o público já sabe como vão terminar.

Os personagens secundários também acabam não sendo muito fortes. Já que, apesar de atuações incríveis, suas motivações não são muito mostradas e, os poucos que são, não sustentam seus propósitos por muito tempo. Traduzindo: ou mudam de lado rápido ou morrem muito cedo.

O veredito

O nome do filme ganha um novo significado em suas cenas finais, que são bombardeadas por plot twists. Agora se de fato elas surpreendem ou não, aí só a experiência individual de cada espectador poderá dizer.

Contra o Mundo” é um filme divertido, que arranca algumas risadas e prende a atenção em muitos momentos. Seu único pecado é servir ao público um suco com fórmulas de sucesso de filmes anteriores e esperar que ninguém perceba.

“Contra o Mundo”

(Estados Unidos, 2024, 131 min). Direção: Moritz Mohr. Ação. Em exibição nos cinemas de todo o Brasil.

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