Duas amigas se correspondem à distância em meio a pandemia de COVID -19, uma no Brasil e outra nos Estados Unidos, se comunicando unicamente através de vídeos gravados de seus apartamentos, mostrando o seu dia a dia ao longo de um ano. Porém existe uma regra envolta a essa experiência de correspondência, cada vídeo deve ser gravado tomando como inspiração uma cineasta de filmes experimentais.
Essa é premissa é desenvolvida no mais novo filme/documentário dirigido por Fernanda pessoa e Chica Barbosa, onde cada gravação presente dentro de sua produção, cada amiga apresenta suas esperanças, medos e preocupações – passando por temas como política e imigração – enquanto, durante o processo, se atentam para as mulheres ao seu redor.

A película Vai e Vem produzida pela brasileira Fernanda Pessoa, e a Mexicana Chica Barbosa, é um longa experimental cujo o objetivo é abordar a comunicação entre duas mulheres que residem em lugares longínquos São Paulo – Los Angeles a través de vídeos-cartas produzidas de modo que conte as suas percepções de suas mentes a almas durante o seu processo de confinamento pandêmico de COVID-19. As diretoras do longa buscam expor de forma deveras acentuadas as suas intimidades, pensamentos e todo carinho e afeto que possuem uma pela outra, onde mesmo com toda essa camada tranquilizadora, e complacente elas se orgulham de mostrar um viés claramente político que não possui medo de demonstrar de que lado está. Mas isso não ofusca em nada a produção, e muito pelo o contrário agrega ao filme uma coragem em se orgulhar daquilo em que você acredita. Uma situação muito difícil nos dias de hoje.
Em seu desenvolvimento, o filme brinca com as formas e possibilidades de se contar a sua história. Usando do preto e branco para elucidar as suas próprias sensações e emoções, como também utilizando-se da hiper saturação de cores para dar o mesmo contraste, caminhando em momentos bem lúdicos das duas, mas voltando a pôr os pés no chão.O trabalho que premeia o desenvolvimento do filme é sua montagem fotográfica, onde a utilização de cada cena se encaixa em uma história única, e juntas contam uma história maior e mais ampla que foram montadas em um período de 8 meses (abril/20 – início de 2021).
O filme retrata de forma bastante específica o olhar das duas diretoras sobre esse período conturbado de suas vidas. Porém a forma que contam essa história, pode não ser bem aceito por todos os tipos de telespectadores.
