“Let All That We Imagine Be The Light” aposta na reconstrução emocional e sonora de Garbage — mesmo em tempos sombrios.
Anteriormente mergulhado na revolta de “No Gods No Masters” (2021), o Garbage agora trilha outro caminho. Ainda assim, a força não desapareceu — apenas mudou de direção. Em “Let All That We Imagine Be The Light“, lançado no dia 29 de maio, a banda resgata sua essência noventista, porém com mais ternura e consciência.
Juntamente com os sintetizadores analógicos e guitarras expressivas, o novo disco reflete a fragilidade humana. Ou seja, o álbum traz mais que batidas marcantes: ele entrega vulnerabilidade sem perder o peso.
“Este disco fala sobre o que significa estar vivo”, resume Shirley Manson. Logo após o lançamento, a vocalista explicou que o trabalho carrega esperança em meio ao colapso — um contraste direto com a raiva do álbum anterior.
Desde que a banda surgiu, em 1995, Shirley Manson, Butch Vig, Steve Marker e Duke Erikson mantêm uma coerência admirável. Agora, buscam mais do que protestar: querem iluminar o que há de bom.
“Quando tudo parece sombrio, é melhor tentar buscar aquilo que é luz”, afirmou Shirley. Imediatamente, a frase ganhou peso simbólico — e título de disco.
Gravado em Los Angeles e no quarto de Shirley Manson, o disco teve produção da própria banda com Billy Bush. Constantemente desafiador, o Garbage transforma distopia em poesia — com uma produção detalhista, distorções bem colocadas e climas densos.
Apesar disso, “Let All That We Imagine Be The Light” não é um álbum triste. Frequentemente esperançoso, ele soa como um abraço — ainda que entre escombros.
