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Horizonte: Entre a solidão e a reconstrução, uma viagem poética pela vida


No início de Horizonte, somos imediatamente conduzidos a imaginar os múltiplos destinos que a narrativa pode trilhar, muitos deles mergulhados em finais trágicos e melancólicos. O filme se inicia com uma fotografia escura, fria, permeada por uma atmosfera de luto em tons de cinza, instigando o espectador a absorver toda a tensão presente na cena. A ambientação, desde os primeiros minutos, se revela impecável, entregando um diálogo tenso que introduz habilmente a história da família. O deslocamento inicial se transforma em uma crescente tensão familiar acerca da divisão dos espaços da casa recém herdada. No centro dessa intrincada trama familiar, a figura de Ruy (Raymundo de Souza) se destaca, um idoso aparentemente deslocado e com uma aura de apatia.



Solidão e Escolhas Drásticas:

De forma delicada e poética, somos conduzidos pela história de um homem condenado a viver confinado, tendo seus direitos relegados de um lugar que outrora chamou de lar. Ruy, enredado em uma solidão angustiante, assume a responsabilidade de cuidar de seu sobrinho, que, por sua vez, hesita em assumir a própria voz. A atmosfera do filme transmite intensamente a sensação de habitar uma casa onde não é bem-vindo, onde a solidão se intensifica a cada batida do relógio. Em um determinado dia, após ouvir um anúncio em uma rádio local, Ruy toma uma decisão drástica que redefine o curso de sua vida e sutilmente, o filme chega em seu segundo ato, talvez a partir do exato momento onde somos pegos pela fala proferida de um personagem, que diz: “Não se começa uma vida nova aos 72.


Reflexões sobre a Vida e a Velhice:

O filme oferece uma visão poética sobre como a vida pode se transformar, independentemente da idade, celebrando uma escolha incomum que merece destaque e aplausos, desafiando os estigmas etários frequentes na indústria do entretenimento. Além disso, lança um olhar perspicaz sobre o quão angustiante pode ser a existência de alguém que não encontra amparo familiar na velhice. Em uma sociedade que, por vezes, negligencia os direitos daqueles que já cruzaram a fronteira dos setenta, Horizonte projeta uma luz sobre a ideia de que enquanto houver vida, há histórias a serem contadas, aventuras a serem vividas e amizades a serem cultivadas.



Atuações e Pequenos Pontos de Atenção:

As atuações impecáveis capturam o espectador, seja pela empatia gerada ou pelos momentos de tensão habilmente incorporados por cada membro do elenco. Existem poucas exceções, especialmente em duas instâncias específicas: a primeira cena onde Júnior (Arthur de Farah) interage com Rue e suas falas parecem engessadas, quase como se estivesse lendo o roteiro preso à porta do guarda-roupa que serve como cenário. O segundo momento ocorre quando Ruy decide dialogar com uma assistente social, repetindo-se a superficialidade presente na interação com Júnior, alcançando, por vezes, um tom cômico vindo da atriz. No entanto, são pequenos pontos de atenção que não diminuem a beleza do filme e a profundidade da mensagem que ele carrega.



Conclusão e Reconhecimento:

Em conclusão, Horizonte é uma obra cinematográfica surpreendente, emocionante e reflexiva, estimulando a contemplação durante e após o desfecho. A divisão dos dois atos, caracterizada pela atmosfera cuidadosamente criada e pelo esquema de cores distintas, reflete um zelo técnico impressionante que permeia toda a narrativa. O filme é repleto de elementos e diálogos marcantes, sendo a música “Boneca Cobiçada” um dos momentos mais notáveis, do qual não podemos discorrer detalhes para evitar spoilers. O desfecho, por sua vez, é um ponto focal que, desta vez, fica a critério do espectador. Somos confrontados com um final aberto, proporcionando uma janela para diversas interpretações, que podem cativar ou desafiar as expectativas do público. Independentemente da conclusão que se extraia, “Horizonte” merece toda a aclamação que antecedeu seu lançamento, culminando em premiações significativas, como os troféus Grão de Ouro de Melhor Longa-Metragem, Melhor Direção em Longa-metragem (Rafael Calomeni), Melhor Atriz em Longa-Metragem (Ana Rosa) e Melhor Atriz Coadjuvante em Longa-Metragem Brasileiro (Alexandra Richter). Certamente, deverá estar na sua lista de “Filmes para Assistir em 2024”.

Horizonte, com distribuição da A2 Filmes, dirigido por Rafael Calomeni, não perca a estreia exclusiva nos cinemas brasileiros em 15 de fevereiro.

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