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MAXXXINE: glamour, terror e nostalgia cinematográfica



 “Neste ramo, se você não for conhecida como um monstro, você não é uma estrela




É com essa icônica citação à Bette Davis que iniciamos a jornada em “Maxxxine“. A estrela de Hollywood, foi conhecida por seus papéis vilanescos, uma característica que já estabelece desde o início o tom da narrativa. Somos transportados de volta a 1985, uma época marcada pela extravagância, pela cultura pop efervescente e pela atmosfera que misturava glamour e decadência.


Por favor, ela é uma estrela!

Mia Goth brilha intensamente do início ao fim. Em uma cena sem cortes, que serve como audição para um papel crucial de sua personagem, a atuação é surpreendente, capturando o talento no filme e da realidade. O cenário de Los Angeles ganha vida nas ruas movimentadas, onde artistas aspirantes lutam por reconhecimento e fama. Desde artistas de rua até figuras excêntricas que buscam chamar a atenção.


Uma viagem no tempo

A ambientação da obra é construída através da televisão e dos noticiários da época, que situam a narrativa temporalmente. O filme também presta homenagem aos clássicos do terror, mantendo a tensão característica dos filmes slasher. Essas referências trazem ao espectador uma sensação de nostalgia, além de ser uma reverência pelo gênero que tanto influenciou o cinema moderno.

A atmosfera oitentista não se limita apenas aos visuais; a trilha sonora é uma adição espetacular à história. “Obsession”, que ganhou destaque nos trailers do filme, se destaca como uma das escolhas mais acertadas. A música certamente é um dos pilares que sustentam a atmosfera única do filme, tornando-a uma das mais memoráveis do ano.


Conexão entre os filmes

Uma das técnicas visuais mais marcantes de “Maxxxine” é o uso da tela dividida, que apresenta simultaneamente duas cenas distintas. Essa abordagem, introduzida desde “X” e “Pearl”, os primeiros filmes da trilogia, permite uma conexão visual coesa entre todas as produções.

Além disso, o filme explora temas profundos como o radicalismo religioso, representado pelas figuras dos crentes que observam de fora, e o amadurecimento dos personagens principais, especialmente Maxxxine, cuja jornada de autodescoberta é moldada pelos eventos traumáticos do primeiro filme da série.


Encerrando com chave de ouro

Tudo se encerra de maneira brilhante ao som de “Bette Davis Eyes“, de Kim Carnes, terminando com maestria a narrativa e se conectando perfeitamente à icônica citação de Bette Davis que abre o filme. Essa escolha musical encapsula a essência do longa e proporciona um desfecho memorável que reverbera com a audiência.

“Maxxxine” é uma obra cinematográfica com interpretações poderosas, uma trilha sonora inesquecível e uma direção visualmente arrojada. Desde seu primeiro filme, Mia Goth demonstra um talento extraordinário, comprovando que não poderiam ter escolhido alguém melhor para o papel.

Nos últimos tempos, diversos filmes exploram a estética oitentista, como “Entrevista com o Demônio e “Como Vender a Lua“. Todos conseguem transportar essa atmosfera nostálgica para a tela grande, mas “Maxxxine” combina isso com o gênero de terror, criando uma mistura incomparável, já que os slashers enriqueceram a era dourada do cinema.



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