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Crítica: Playboi Carti tenta reinvenção? “MUSIC” desafia o trap, mas tropeça na execução

Após anos de expectativa e rumores, Playboi Carti finalmente entrega seu novo álbum. Mas será que a espera valeu a pena? Com uma abordagem experimental e colaborações de peso, “MUSIC” desafia as convenções do Trap — mas nem sempre de forma eficaz.

Cinco anos após “Whole Lotta Red”, Playboi Carti retorna ao centro do hip-hop com MUSIC, um projeto ambicioso que busca redefinir os rumos do Trap. Com uma tracklist massiva de 30 faixas e colaborações como Jhené Aiko, Kendrick Lamar, Travis Scott, The Weeknd, Skepta, Future, Lil Uzi Vert, Ty Dolla Sign e Young Thug, o álbum se propõe a ser um manifesto sonoro. No entanto, apesar da ousadia, a execução deixa a desejar.

Uma homenagem ao trap, mas do jeito Carti

Desde a abertura, “MUSIC” se apresenta como uma carta de amor à cena de Atlanta. Ao invés da estética punk e vampiresca de seu antecessor, Carti mergulha no DNA do trap e parece prestar tributo a figuras como Future, Lil Wayne, T.I., Young Thug e Travis Scott. Mas essa homenagem é feita sob sua própria lógica, fragmentada e caótica.

O rapper não se limita ao convencional: ele distorce batidas, brinca com silêncio e está disposto a empurrar sua sonoridade para lugares desconfortáveis. A questão é: até que ponto essa abordagem funciona?

O experimentalismo no limite do ruído

A produção de “MUSIC” é assinada por nomes como Art Dealer, F1LTHY, Wheezy e Cardo, que ajudam a consolidar a sonoridade abrasiva e industrial do disco. Algumas faixas flertam com noise music, com Carti rimando fora do beat sobre 808s distorcidos e sintetizadores caóticos. O problema é que, ao longo de 30 músicas, essa experimentação pode cansar até os ouvintes mais fiéis.

As parcerias agregam dinamismo ao projeto. Kendrick Lamar se destaca em “Good Credit”, Mojo Jojo e Backd00r, esta última também com Jhené Aiko. Travis Scott imprime seu selo em “Crush”, “Philly” e “Wake Up F1lthy”, enquanto The Weeknd traz sua melancolia a “Rather Lie”. Future, um dos arquitetos do trap moderno, está presente em “Charge Dem Hoes a Fee” e “Trim”, mantendo seu tom hipnótico. Skepta adiciona um toque britânico a “Toxic”, enquanto Lil Uzi Vert retorna à parceria com Carti em “Jumpin” e “Twin Trim”. Ty Dolla Sign e Young Thug unem forças em “We Need All Da Vibes”, em um dos momentos mais contagiantes do álbum.

Apesar dos reforços, a coesão do disco se perde na execução. O excesso de faixas, somado à falta de uma estrutura mais organizada, faz com que a experiência se torne desgastante na segunda metade do álbum. Algumas faixas poderiam ter sido condensadas ou cortadas sem comprometer a essência do projeto.

Mixagem questionável e escolhas

Um dos pontos mais criticados nas redes sociais é a mixagem do álbum. O verso de Young Thug em “We Need All Da Vibes” tem uma equalização seca e crua, contrastando com a produção ao redor. Se essa foi uma decisão estética ou um problema técnico, ainda é debatido.

Outro elemento controverso é a presença de Swamp Izzo, cujos adlibs e overdubs empobrecem a atmosfera do álbum. O abuso de efeitos clichês na masterização, como tiros e sirenes, torna a experiência cansativa e datada. Para um artista que sempre buscou se reinventar, esses detalhes soam como um retrocesso.

O impacto de “MUSIC” no Trap atual

Carti se tornou um dos artistas mais influentes do hip-hop moderno justamente por desafiar as convenções. Em “Whole Lotta Red”, ele ajudou a popularizar o subgênero rage music e consolidou uma estética sonora e visual que foi amplamente replicada nos anos seguintes. No entanto, “MUSIC” não tem o mesmo impacto disruptivo.

Se “Whole Lotta Red” dividiu opiniões inicialmente, mas se consolidou como um dos álbuns mais inovadores da década, o novo projeto pode não seguir esse caminho. A falta de foco e a duração excessiva são obstáculos que impedem o álbum de atingir seu potencial. Ainda assim, é inegável que Carti continua um passo à frente, mesmo que desta vez ele tenha tropeçado no percurso.

Valeu a espera?

No fim, “MUSIC” é um projeto ousado que tenta expandir os limites do trap, mas falha em manter a coerência. Enquanto “Whole Lotta Red” teve um impacto imediato e reinventando e entregando uma nova estética para o gênero, o novo álbum parece um mosaico de ideias desconexas.

Carti segue como um artista visionário, mas talvez seu próximo passo precise de mais lapidação.

Nota: 6.9/10

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