“Os Caras Malvados 2” aposta em ação frenética, humor escrachado e visuais lindos. Uma sequência que não reinventa nada, mas entrega diversão honesta e cheia de estilo.
Se o primeiro “Os Caras Malvados” trouxe uma trama de roubo voltada para os pequenos, mas embrulhada como um Onze Homens e Um Segredo em formato de zoológico, a continuação não chega apagada: não se esforça para parecer filosófica, mas também não se limita a ser só mais uma distração para garotada que devora pipoca. ‘Os Caras Malvados 2‘ é puro caos organizado.
O enredo é simples e direto: Sr. Lobo e sua trupe tentam viver como cidadãos de bem, mas logo percebem que a aposentadoria do crime não é tão glamourosa quanto parece. Para piorar, surge o tal Bandido Fantasma, que começa a cometer crimes do jeitinho que eles faziam no auge. Resultado: hora de limpar a reputação, provando que vilão reformado também merece crédito.
Ação e humor (quase) sempre certeiro
A DreamWorks segue apostando pesado no visual estilizado. Não dá para ignorar a diversão que o estúdio tem ao juntar as cores vibrantes dos animes, a adrenalina dos filmes de assalto e um toque retrô que faz lembrar o charme do passado. As cenas de corridas e explosões são de deixar qualquer um com a boca aberta.
As piadas são mais afiadas do que no primeiro. Enquanto mantém um humor leve e divertido, consegue encontrar um meio-termo bem agradável: traz aquelas piadas óbvias que fazem a molecada explodir de risadas, ao mesmo tempo, em que insinua algumas sacadas sutis que só os grandinhos conseguem entender.
O charme está na desordem
O que mantém a franquia viva é justamente a sua recusa em ser “apenas fofinha”. Os personagens são vigaristas de coração mole, e esse contraste rende boas discussões sobre moral, amizade e escolhas, tudo sem soar forçado. O ritmo é ágil, os diálogos são mais espirituosos e até os novos personagens, como as vilãs, têm espaço suficiente para brilhar.
Se o primeiro filme era uma novidade, agora não tem o mesmo frescor. Mas compensa sendo maior, mais ousado e cheio de truques visuais. Pierre Perifel mantém a energia da direção sempre no talo, sem medo de exagerar no absurdo. E é justamente esse excesso que faz o filme tão divertido.
Vale a pena?
No fim das contas, ‘Os Caras Malvados 2’ não vai revolucionar a animação, e nem precisa. É engraçado, é bonito e é vibrante. Um daqueles filmes que você assiste com crianças, mas não sofre durante a sessão. Funciona tanto para quem curte a estética estilosa da DreamWorks quanto para quem só quer ver um bando de animais mal-encarados falhando miseravelmente em ser gente de bem. Não é nada inovador, mas é entretenimento bem feito. E, convenhamos: às vezes, isso já é mais do que suficiente.