A adaptação cinematográfica bebe na fonte do mestre do realismo e propõe uma reflexão sobre liberdade, opressão e o absurdo da existência.
Desde a abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, “Girassol Vermelho” já indicava que não seria um filme convencional. Dirigido por Eder Santos e Thiago Villas Boas, o longa se baseia nos contos “A Cidade” e “Os Comensais“, trazendo para a tela a atmosfera inquietante do realismo fantástico de Murilo Rubião.

“Girassol Vermelho” / Reprodução
Uma cidade sem perguntas e um protagonista sem saída
A narrativa acompanha Romeu (Chico Diaz), um homem que busca escapar do passado e acaba encurralado em uma cidade onde questionar é proibido. A princípio, o clima onírico e as situações surreais remetem diretamente à obra de Rubião, que sempre explorou a sensação de aprisionamento em cenários aparentemente corriqueiros.
O simbolismo da estreia na Mostra de Tiradentes
Realizada em uma das principais vitrines do cinema nacional, a estreia do longa reforça sua identidade mineira. Contudo, tanto o diretor Eder Santos quanto Murilo Rubião nasceram em Belo Horizonte, e a escolha do evento evidencia a força da produção cinematográfica local.
Estética e elencaço de peso
Filmado em uma fábrica de cimento desativada, o longa aposta em cenários opressivos para amplificar a sensação de sufocamento de Romeu. Assim, o elenco também é um atrativo: além de Chico Diaz, “Girassol Vermelho” conta com atuações de Bárbara Paz, Daniel de Oliveira e Luiza Lemmertz.
Estreia nos cinemas
Com distribuição da Pandora Filmes, “Girassol Vermelho” estreia em circuito comercial no dia 20 de março. Para os fãs de literatura e cinema, aliás, a adaptação trará uma experiência visualmente e conceitualmente provocadora