A animação equilibra com maestria humor e ternura, cativando o público com sua evolução narrativa e personagens encantadores.
Conhecido por “Como Treinar Seu Dragão” e “Lilo & Stitch“, Chris Sanders retorna ao cenário da animação com uma obra que promete conquistar a todos. “Robô Selvagem” nos apresenta Roz, um robô que, após um naufrágio, encontra-se sozinha em uma ilha deserta e sem vida. Com um enredo que une aventura e reflexão, o longa nos leva por sua jornada, enquanto ela tenta se adaptar ao ambiente hostil que a cerca. O conceito de sobrevivência, normalmente abordado sob a perspectiva humana, é apresentado aqui através de uma personagem mecânica. Isso acrescenta uma camada adicional de originalidade à narrativa.
A arte e as vozes na animação
A animação apresenta uma arte que se assemelha a uma aquarela em papel texturizado, criando uma conexão com o espectador, como se cada quadro fosse tirado diretamente de um livro ilustrado. A animação pictórica confere ao filme um caráter quase tátil, e não apenas pela beleza plástica, mas pela profundidade emocional que se revela a cada movimento. Apesar de o visual ser um dos principais atrativos do longa, é importante ressaltar o trabalho vocal dos atores. Especialmente Lupita Nyong’o e Pedro Pascal. As interpretações trazem uma riqueza inesperada ao robô protagonista, fazendo com que até mesmo as falas mais simples soem repletas de sentimentos. Cada personagem é introduzido à vida de uma forma única, tornando a narrativa ainda mais cativante.
O coração da DreamWorks em sua melhor forma
Embora contenha clichês da DreamWorks, é um exemplo raro de uma animação que sabe como usá-los a seu favor. A familiaridade não torna o filme previsível; ao contrário, ele consegue deixar o público imerso em uma narrativa tocante sobre convivência e gentileza. A mensagem de tratar os outros com bondade é sutilmente trabalhada, sem se tornar didática ou forçada, ampliando o apelo tanto para crianças quanto para adultos.
Uma trilha sonora que toca o coração
A trilha sonora de Kris Bowers é um destaque à parte, contribuindo para o impacto emocional do filme de maneira sublime. Bowers, com sua composição inspirada no trabalho de Thomas Newman, entrega uma partitura que conduz o espectador por uma montanha-russa de emoções, complementando perfeitamente a jornada do robô em sua busca por propósito em uma ilha selvagem. Cada nota parece alinhada com o tom do filme, dando ao público a sensação de que está vivenciando cada descoberta ao lado da protagonista.
Um filme para abraçar o mundo
É impossível assistir e não se sentir comovido. Além da animação impressionante, o filme é repleto de momentos de humor e ternura, criando um equilíbrio perfeito entre diversão e profundidade. A história, que começa de maneira simples, vai crescendo em complexidade, introduzindo novos personagens e desafios que enriquecem a narrativa. Essa evolução é o que mantém o público atento, criando uma experiência envolvente do começo ao fim.
Apostas altas para um clássico moderno
Embora seja sempre arriscado prever um raro A+ no CinemaScore para um filme que não pertence a um nicho específico, como musicais ou produções voltadas para o público religioso, essa possibilidade não pode ser completamente descartada. Uma nota A parece provável, mas “Robô Selvagem” tem potencial para se tornar o primeiro longa da DreamWorks a alcançar a cobiçada nota A+. No caso de “O Gato de Botas: O Último Desejo“, a ausência de um A+ pode ter sido resultado de preocupações de alguns pais com o conteúdo, considerado violento ou assustador demais para crianças. Mas neste caso, parece estar a salvo dessas críticas, preservando as qualidades que tornaram o filme anterior um sucesso, como sua narrativa envolvente e coração.
Baseado na obra “The Wild Robot”, de Peter Brown, o filme estreia nos cinemas dos Estados Unidos em 27 de setembro, mas sua estreia no Brasil foi adiada. Inicialmente prevista para 19 de setembro, a nova data de lançamento foi confirmada para o dia 10 de outubro.