Um Lugar Silencioso – Dia Um” mantém a atmosfera de suspense, mas falha em expandir o universo e responder às perguntas sobre os alienígenas, deixando uma sensação de desapontamento.
Muito se fala sobre a promessa de uma experiência única no cinema, considerando especialmente os custos elevados dos ingressos e lanches, em comparação com a vasta oferta de títulos disponíveis nos serviços de streaming. Portanto, é justo esperar que a ida ao cinema proporcione uma experiência realmente distinta e imersiva.
Em 2018, 1Um Lugar Silencioso1 destacou-se exatamente por isso. O uso inovador do silêncio como ferramenta narrativa proporcionou uma experiência cinematográfica intensa e individual. Assistir ao filme nas telonas foi particularmente marcante devido ao silêncio quase total na sala de exibição, a ponto de muitos espectadores sentirem que até comer pipoca parecia inadequado.
Expectativas altas e promessas não cumpridas
Dado o impacto do primeiro filme, as expectativas foram altas para “Um Lugar Silencioso – Dia Um”. O novo título prometia explorar o início do cenário apocalíptico e responder questões sobre a origem dos alienígenas e o que os trouxe à Terra.
Infelizmente, o longa falha em cumprir essas promessas. Apesar do título e do trailer sugerirem respostas sobre a origem dos alienígenas, o filme opta por não se arriscar e mantém a mesma premissa de perseguição e tensão do primeiro filme. Ao invés de esclarecer as dúvidas sobre os alienígenas, o filme foca novamente na construção de tensão, sem explorar profundamente as motivações dos monstros que aterrorizam a Terra.
Desenvolvimento emocional em destaque
Mas vale ressaltar que isso não torna o filme ruim. Apesar dessa falha, o filme entrega um show de atuações e mantém a qualidade do suspense do primeiro. A química entre Lupita Nyong’o e Joseph Quinn é fantástica, prendendo a atenção dos telespectadores. Diferente do primeiro, que entregou mais suspense, este preferiu focar mais no drama e no desenvolvimento emocional dos personagens.
Explorando o drama urbano
O novo filme se ambienta em Nova York, uma das cidades mais barulhentas do mundo, sugerindo um cenário rico para diversas camadas que poderiam ter sido exploradas na narrativa. No entanto, o foco principal recai sobre o câncer terminal de Sam, que traz um impacto dramático à história. A imersão é reforçada pelos cenários de morte e devastação causados pelos alienígenas, que exploram bem o caos de uma grande cidade. Apesar da destruição ao redor, o cerne da trama envolve duas pessoas com motivações distintas: uma que já desistiu de viver, mas precisa lutar pela própria vida e a de seu gato, e outra que teme sair de sua zona de conforto.
Tensão manterá fãs, mas deixa muitas perguntas
“Um Lugar Silencioso – Dia Um” é uma oportunidade perdida de expandir o universo criado no primeiro filme e responder às perguntas que inquietaram os fãs. Embora mantenha a atmosfera de suspense e tensão, a falta de desenvolvimento da história de fundo dos alienígenas deixa uma sensação de desapontamento. A promessa de uma experiência única é apenas parcialmente cumprida, deixando os espectadores ansiosos por mais respostas e uma exploração mais profunda do apocalipse silencioso.
Um Lugar Silencioso: Dia Um ( A Quiet Place: Day One)
1h 39min – Drama, Terror, Suspense.
Direção: Michael Sarnoski | Roteiro Michael Sarnoski
Elenco: Lupita Nyong’o, Joseph Quinn, Alex Wolff
Já disponível nos cinemas.