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“Uma Família Feliz” desafia o conceito de perfeição com trama surpreendente

Os leitores habituados aos livros de Raphael Montes sabem que suas obras sempre reservam finais surpreendentes envolvendo reviravoltas imprevistas e críticas que tira o público da zona de conforto. Em Uma Família Feliz, filme que estreia no dia 4 de abril, não é diferente. O filme explora bastante nossa intuição, fazendo com que nossos julgamentos e percepções nos leve a querer desvendar quem de fato está por trás dos crimes cometidos.


O prenúncio da tempestade

Uma árvore sem folhas, de galhos extensos e ramificados, contrasta com um céu branco. Ele parece indicar uma chuva (metafórica ou real) que está por vir. Em seguida, se vê um belo vestido vermelho que parece já ter visto dias melhores. O único ponto de cor viva até então, o único ponto de respiro para o espectador dali em diante.


A narrativa que desperta o investigador interior do espectador

Uma Família Feliz” já começa carregado, mostrando ao espectador a que veio. Com uma das melhores sequências da produção, o diretor conduz habilmente quem está assistindo, em uma busca frenética. Desde o primeiro momento, o público é bombardeado com perguntas e convidado, da melhor forma possível, a vestir sua boina estilo Sherlock Holmes e investigar o que está acontecendo. Logo de início, Reynaldo Gianecchini, que interpreta Vicente, capta nossa atenção com uma projeção de desespero na voz através do telefone, que causa arrepios.

Edição Brilhante: O Pilar Constante de Tensão

Um dos fatores mais positivos do filme, e é consistente por todos os seus 110 minutos de duração, é a edição. As transições de cena e os cortes, ao passo em que instigam quem assiste a querer saber mais sobre o que está acontecendo, muitas vezes também contribui bastante para a criação de uma atmosfera thriller. O filme atinge seu ápice, seja pelo enredo envolvente ou pelo tom sombrio e pesado que permeia toda a narrativa. Em certos momentos, a disposição dos personagens e da câmera nos faz sentir como se estivéssemos assistindo a um comercial de margarina, com uma família aparentemente feliz e sorridente, ampliando a tensão e o suspense

Desde o início também, a fotografia do filme brinca com a ideia de claro e escuro, utilizando-se bastante desse contraste (e de uma saturação um pouco mais alta em certas cenas) para elevar o nível de tensão da narrativa. A alternância entre tons quentes e tons pastéis, além do uso de músicas com predominância de acordes menores, cria com sucesso um desconforto, uma sensação de que por mais que a família seja linda e pareça feliz, tem algo de errado com ela.

Novo longa da Pandora Filmes, dirigido por José Eduardo Belmonte, adapta o livro homônimo “Uma Família Feliz”. A obra foi escrita por Raphael Montes, responsável também pela co-autoria do sucesso “Bom Dia, Verônica”



Altos e Baixos na Narrativa

Como a sequência inicial de cenas é inquietante, é normal que a próxima seja um pouco mais lenta. O problema é que esta se torna morna até demais, com diálogos que não passam o mesmo realismo dos anteriores e quase perde a atenção do espectador. Inclusive, esse é o principal ponto de atenção do filme: a entrega dos diálogos.

Em determinados momentos do longa, é quase como se o roteiro estivesse tentando ganhar tempo para a próxima cena de ação, em vez de fornecer mais contexto sobre a história. Não é que “Uma Família Feliz” não tente agregar valor à cada cena, ele até faz, mas não são todas às vezes que funciona.

No entanto, para a sorte do roteiro, o mistério em torno dos personagens principais Eva (Grazi Massafera) e Vicente (Reynaldo Gianecchini) é realmente instigante. Tanto, que ele vai tomando um espaço gradual ao longo do filme, de forma muito natural, direcionando o foco do espectador.

Engenho Narrativo

“Uma Família Feliz” também não chega para dar aula. Ninguém encontrará aqui uma conversa de 10 minutos em que um personagem X conta detalhes de sua vida a um personagem Y só para poder, na verdade, atualizar o espectador. As informações no longa são milimetricamente dosadas e inseridas gradualmente na narrativa, para o espectador pegar o detalhe no ar e acrescente uma nova peça ao seu quebra-cabeça, na busca por entender quem são os personagens e suas reais motivações.


Considerações finais

Por fim, o longa se destaca por vários plot twists e um final surpreendente. A habilidade de explorar habilmente nossa intuição, desafia nossos julgamentos e percepções ao nos conduzir pela trama e instigando-nos a desvendar os mistérios. Embora seja cedo para falar de uma possível continuação, considerando que o livro também foi lançado recentemente, “Uma Família Feliz” se sustenta como um filme único, proporcionando uma conclusão satisfatória ao espectador, sem deixar grandes enigmas sem resposta.

“Uma Família Feliz”

(Brasil, 2024, 110 min). Direção: José Eduardo Belmonte. Thriller/Drama. Em exibição nos cinemas de todo o Brasil.

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