Demorou, mas ela chegou: a sexta edição da nossa querida lista “Achadinhos do Groover“. Nela, você fica por dentro de alguns dos principais lançamentos da cena independente, além de descobrir músicas incríveis para adicionar à sua playlist sem medo.
Como demorou para sair, o novo volume do nosso pergaminho musical trará 10 faixas. É isso mesmo! Evoluímos de EPs para o nosso primeiríssimo álbum completo, avisa: A lista mais longa que já trouxemos até então!
Se você pensou que as edições anteriores já traziam diversidade em estilos musicais, espera só até ver o que preparamos desta vez:
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“Blue” por NAYSSA
Começando nossa lista com tudo, recomendamos “Blue” da cantora brasileira NAYSSA. Apesar de ter crescido nos Estados Unidos, a cantora sempre incorpora algum pedacinho do Brasil em suas canções. Em “Blue”, por exemplo, a guitarra e sintetizadores lembram uma bossa nova e são habilmente misturados a batidas R&B e vocais soul. Isso cria um pop diferenciado e uma sonoridade única para a artista.
Fãs de Alicia Keys e Olivia Rodrigo devem gostar bastante do trabalho de NAYSSA, que não apenas possui uma voz poderosa: ela também é uma compositora de mão cheia com grande capacidade narrativa.
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“Facing the Wind” por S.J. Armstrong
“Facing the Wind” é uma faixa extraordinária já pela sua história: S.J. Armstrong compôs, gravou, produziu e mixou TODAS as partes dela em seu pequeno estúdio. Pois é, todas as (mais de 30!) vozes e instrumentos que você ouve aqui, são inteiramente performadas pelo multi-instrumentista norte-americano e com instrumentos reais, sem apoio de samples ou quaisquer instrumentos virtuais.
Além disso, a música se destaca por ter uma sonoridade singular, que se desenrola nos ouvidos aos poucos, à cada curva ganhando um pouquinho mais de cor, mas sempre sem sobrecarregar o ouvinte. Fazendo jus ao seu nome, a melodia parece nos levar à uma aventura épica, desbravando ventos e tempestades. Com um pézinho no experimentalismo, fãs de bardcore e da banda Kansas podem curtir bastante a sonoridade do artista.
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“Era Pra Ser” por Às Marias
A dupla Às Marias traz muita irreverência, estilo próprio, e atitude na faixa “Era Pra Ser”. A forma criativa como eles exploram o tema destino, bem como todos os trocadilhos e jogos de palavras inteligentes dos quais se utilizam em sua narrativa, fazem do single um estímulo musical, claro, mas intelectual também.
Além da caneta afiada, os ritmos cativantes (em especial a linha de baixo) da música tornam sua melodia um primor. Resumindo? Tudo funciona muito bem junto, incluindo a mescla das vozes de Amadeus Assunção e Jenni Mosello, integrantes do duo. Assistindo ao videoclipe da faixa, também fica evidente o quanto de atenção e cuidado se foi tomado em cada detalhe do projeto.
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“Funhouse Mirror” por Vinyl Floor
“Funhouse Mirror” é a música-título do álbum de mesmo nome da banda Vinyl Floor. Os dinamarqueses trazem nela um solo de guitarra envolvente, além de harmonias angelicais bastante sincronizadas, e uma vibe que fica no limiar entre o retrô e o alternativo.
Particularmente, fãs de Jacob Collier e The Beatles podem gostar bastante desta faixa, que transforma o simples no extraordinário, com arranjos instrumentais de tirar o fôlego. Além disso, a letra da faixa é bastante lúdica, com uma qualidade lírica muito vívida. Essa junção de fatores incríveis não pode ficar de fora da sua playlist, né?
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“She’s Gone” por Banda Quarto
Com parte da letra em inglês e outra em português, a banda Quarto figura mais uma vez em nossas recomendações. Na faixa “She’s Gone”, eles incorporam uma sonoridade que se inclina mais no indie e no alternativo, lembrando do trabalho de grandes artistas brasileiros do gênero, como Thiago Pethit e O Terno.
Uma das coisas mais bacanas sobre “She’s Gone” são os variados efeitos que a banda utiliza em seus vocais. Também acontece um constante rodízio entre os instrumentos: uma hora o baixo é o protagonista, na outra é a guitarra, ou a bateria. A harmonia geral entre eles, bem como a evolução da música, acontecem de forma muito natural, o que envolve o ouvinte. Vale a pena conferir!
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“Isso Não É” por Fernanda Lemos
Desde a primeira frase, a canção “Isso Não É”, da cantora e compositora Fernanda Lemos, captura a atenção do ouvinte. A cada nova palavra vem um arrepio, um sentimento, memórias, e narrativas que, juntas, mostram o fim de um quase-relacionamento por uma perspectiva única.
O videoclipe que acompanha a faixa também tem tudo a ver com a temática, mas de uma forma vintage, dramática e descolada, o que torna o conjunto da obra imperdível.
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“Stranger” por Close to Monday
A imprevisibilidade de “Stranger“, da banda Close To Monday, é perceptível desde o primeiro instante. A faixa mantém a atenção do ouvinte durante todo o tempo, enquanto ele navega por águas de retrô e synth-rock, quase beirando o experimental. O som da banda é muito único e um dos fatores responsáveis por isso é o dinamismo implementado tanto nos vocais, quanto na melodia. Resumindo: não existe um momento de tédio na música.
Tudo é muito bem trabalhado e pensado, a meta parece ser provocar o ouvinte e ser diferente nos detalhes mais minuciosos.
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“Dois contra um” por Maria Stockmann
Com apenas 19 anos, Maria Stockmann surpreende pela maturidade na faixa “Dois contra um“. Tanto a letra da faixa como as técnicas vocais empregadas pela cantora fazem parecer como se ela já estivesse estabelecida na indústria musical há muito tempo (quando, na verdade, começou recentemente).
Fãs de Bon Iver e Phoebe Bridgers vão identificar claras influências aqui e, mesmo assim, se surpreenderão positivamente com a atmosfera única que a cantora consegue criar, graças aos seus vocais e a forma como os utiliza. “Dois contra um” tem um equilíbrio perfeito entre os conceitos de “tensão e alívio” na música, e trabalha gradualmente a evolução de sua melodia. Todos os elementos funcionam muito bem juntos e trazem maior profundidade à letra.
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“Great Without You” por Stefan Schulzki
Com uma intro contagiante, “Great Without You” do produtor Stefan Schulzki ganha o ouvinte pelos detalhes. Em colaboração com uma bela voz feminina, a faixa se utiliza de várias técnicas diferentes (e de forma muito precisa, diga-se de passagem) para criar um pop/R&B que flerta com o experimentalismo. A faixa tem tudo para agradar quem gosta de sonoridades inovadoras.
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“Aqui no telhado” por Zekrdoso
“Aqui no Telhado“, do também produtor musical Zekrdoso, é difícil de classificar. A faixa passeia por vários gêneros, mas talvez possamos dizer que o rock alternativo predomine. Sua linha de baixo cria uma sonoridade interessante que contrasta de forma primordial com o teclado. A faixa não tem pressa, ela se desenvolve pouco a pouco, sutilmente introduzindo elementos que, no final, tornam a melodia algo completamente diferente do que era no início.
Outros dois pontos muito positivos na faixa são sua letra, que possui grande sensibilidade artística, e o trabalho feito com as harmonizações vocais que são simplesmente primorosas e dão um ar etéreo à faixa.
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