A Capy participou de um junket com a delegação francesa do Festival Varilux de Cinema Francês 2023. Nele, batemos um papo com Emmanuelle Boudier, diretora e curadora do evento, e Julia de Nunez, protagonista da série de sucesso “Brigitte Bardot”

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Um dos maiores festivais de cinema francês está de volta ao Brasil! Enquanto acompanhamos alguns dos 19 longas inéditos oferecidos pelo Festival Varilux de Cinema Francês, aproveitamos para bater um papo exclusivo com duas de suas representantes ilustres: Julia de Nunez e Emmanuelle Boudier.

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Julia de Nunez

Julia é uma atriz franco-argentina que recentemente teve a oportunidade de interpretar a lendária ex-modelo e atriz francesa Brigitte Bardot. A série homônima chegou na televisão aberta francesa em maio de 2023. E, agora, está disponível gratuitamente no site do Festival Varilux de Cinema Francês até dia 22 de dezembro. Até então inédita no Brasil, a produção conta com seis episódios de 52 minutos, onde é narrada a história de vida de Bardot.

A minissérie teve grande aclamação do público, que ficou surpreso com a semelhança física entre Julia e Brigitte. Durante entrevista com a Capy, de Nunez falou sobre o Brasil, sobre a experiência de viver Bardot nas telinhas, seus métodos de preparação, e mais.

O Brasil

Julia começa o papo dizendo que esta foi sua primeira vez na América Latina, e que estava adorando pois as pessoas são muito calorosas. Ela passou 3 noites no Rio de Janeiro e visitou alguns dos principais pontos turísticos da cidade, como o bairro de Santa Teresa e Copacabana.

A Capy então pergunta se ela conseguiu conhecer Búzios, praia fluminense que ganhou popularidade graças à modelo Brigitte Bardot. de Nunez responde que infelizmente não, mas que adoraria ir. Inclusive, ela menciona que “havia um plano inicial para apresentar a série em um cinema de lá, chamado Cine Bardot, mas a ideia acabou não indo à frente“. Ela também comenta que conhece a relação especial entre o local e Brigitte, e compara Búzios à Saint-Tropez, outra área litorânea que era pequena e dedicada principalmente à pesca, mas que se popularizou bastante com a visita da modelo francesa.

Tornando-se Brigitte

A atriz conta que descobriu muitas coisas sobre Brigitte Bardot durante sua preparação para viver a personalidade na série. Ela conhecia mais o lado cantora e alguns filmes de Brigitte, mas interpretá-la fez com que ela conhecesse mais a fundo o lado atriz da musa francesa. Julia aprendeu também sobre os relacionamentos amorosos, a intimidade da vida de Bardot, bem como tudo o que ela representou para a geração dela.

Nossa entrevistada comentou ainda que o fato de Brigitte ser atriz fez com que ela se espelhasse um pouco nela e que, desde o início o projeto, o papel já lhe chamou a atenção por se tratar de uma figura muito emblemática e conhecida no mundo todo.

Ela também relatou que foi desafiador mostrar a relação complicada de Brigitte Bardot com a fama. A Marilyn Monroe francesa foi a primeira personalidade do país a ser perseguida por paparazzis, o que a levou a encerrar sua carreira aos 40 anos de idade e procurar locais mais reclusos para viver.

Sobre sua interpretação de Brigitte, Julia de Nunez finalizou:

“Nós queríamos mostrar sua vida da forma mais realista possível, quem ela realmente era, tentar desdemonizá-la um pouco. Mostrar as dificuldades que ela enfrentou pelo estilo de vida que levava. A época [em que Brigitte trabalhava] era muito difícil de se conseguir uma espécie de emancipação feminina. Tudo era muito facilmente mal-visto, era difícil poder dizer ‘vou viver minha vida do jeito que eu quero’. [A forma como ela é vista] depende muito da geração e do ponto de vista, mas pontos que podiam ser negativos na época [dela], hoje em dia são muito positivos.”

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Emmanuelle Boudier

Emmanuelle é sócio-diretora e curadora da distribuidora Bonfilm Audiovisual há mais de 10 anos. Por muitos deles, ajudou também na organização de eventos como o Ópera na Tela, e o Festival Varilux de Cinema Francês. Com seu português impecável, ela bateu um papo com a gente sobre a diversidade do evento e a meta da organização do evento, de tornar o cinema francês cada vez mais acessível e popular com o público brasileiro.

Ela começa comentando com a Capy sobre os desafios do festival em atingir um público mais jovem. Na hora de fazer a seleção do festival, eles tem 3 regras: Filmes de qualidade, que sejam recentes e, sobretudo, que apresentem diversidade. Ela acredita que esse terceiro ponto pode ser o principal aliado para atrair os jovens, já que os filmes falam sobre os principais temas da sociedade contemporânea, uma característica que ela afirma ser comum na cinematografia francesa.

“O jovem gosta de pensar no seu futuro e é por isso que a nossa cinematografia é interessante. Fazemos questão de trazer filmes que são para todo mundo.”

Emanuelle também comentou que uma das principais metas dos organizadores do evento é desmistificar a crença errônea de que o festival é elitista e intelectualizado, feito apenas para um nicho específico de pessoas. Ela conta que, a cada ano, eles tentam trazer mais sessões democráticas, bem como pensam em formas de aproximar mais seus filmes do grande público.

Os melhores filmes do festival

Quando perguntada sobre seus filmes preferidos da edição 2023 do festival, Boudier ri e diz que é uma pergunta muito difícil. No fim, ela escolhe:

• “Making Of” – “Porque fala de cinema, dos bastidores do cinema, e mistura muito bem comédia e drama. Além dos atores incríveis!”;
• “Anatomia de Uma Queda” – “Não por ser um Palma de Ouro, mas porque gostei dos riscos que [a diretora] tomou em misturar vários gêneros cinematográficos em um filme só“;
• “O Desafio de Marguerite” – “Porque é um filme sobre resiliência. Sobre se recompôr e ir além depois de um fracasso. Esse filme tem uma mensagem importante.“

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O 14º Festival Varilux de Cinema Francês fica disponível em cinemas de todo o Brasil até 22/11. A Capy cobriu a noite de estreia do evento, disponível aqui no site e em nosso Instagram e TikTok.

Disponibilizamos também resenhas de alguns dos longas participantes do evento, como: “Maestro(s)“, “O Renascimento“, “O Desafio de Marguerite“, “Meu Novo Brinquedo“, “Making Of“, “O Astronauta” e “O Livro da Discórdia“.