“A Primeira Profecia” passeia habilmente entre o clássico e o novo

Dirigido por Arkasha Stevenson, “A Primeira Profecia” reúne um elenco estelar, que conta com nomes como Bill Nighy, Sônia Braga e Ralph Ineson. O longa conta detalhes sobre a origem de Damien, personagem principal da clássica franquia de terror “A Profecia

Para quem não lembra, a trilogia de terror “A Profecia“, “Damien: A Profecia II” e “A Profecia III – o Conflito Final” marcou os anos 70 e 80. Os três longas seguem a vida de um anticristo nascido na Terra, chamado Damien, cuja missão é dominar o mundo e espalhar o caos durante o seu percurso. Os efeitos colaterais de suas ações reverberam nas pessoas ao seu redor, e muitas não fazem ideia de suas origens macabras.

Em 1991, a saga ganhou uma continuação à trilogia original, o filme “Omen IV: The Awakening“. Nele, é a história dos filhos de Damien que é contada.

Mas e como Damien e todo o seu rastro do mal começou? Bem, são exatamente essas perguntas que “A Primeira Profecia” visa responder.

O contexto do longa

A Primeira Profecia” se passa em Roma, no início dos anos 70, pouco antes de Damien nascer e ser adotado pela família Thorn.

O longa inicia focando em uma jovem noviça chamada Margaret (Nell Tiger Free), que chega ao país para trabalhar em um orfanato local, comandado por freiras. Ela logo faz amizade com Luz (Maria Caballero) que, como ela, deve ser ordenada em breve. Porém, pouco após a sua chegada, Margaret começa a perceber algumas ocorrências estranhas na instituição, principalmente envolvendo uma das jovens acolhidas pelo local, Carlita (Nicole Sorace).

Já de cara é importante salientar que, apesar de se tratar de um spin-off, o longa também se sustenta muito bem sozinho. Quem assistiu à franquia original vai pegar várias referências (algumas cenas, inclusive, que são bem diretas). Mas, quem não teve a oportunidade ainda, não ficará perdido e conseguirá entender a narrativa de forma muito clara.

Os prós

A impressão que dá é a de que “A Primeira Profecia” tenta agradar a todos os tipos de público. Ele insere diversos easter eggs que o conectam à história original mas, ao mesmo tempo, faz questão de estabelecer um estilo próprio. Por exemplo, uma das principais diferenças em relação à trilogia original é o uso de mais cenas gore e explícitas. Inclusive, esse é outro ponto válido de ressaltar: o filme não é para os fracos de coração (e estômago).

É claro que, com uma classificação indicativa de 18 anos, isso já é esperado. Ainda assim, é sempre bom avisar. As cenas gore não são muitas, mas quando aparecem são geralmente repentinas. Ou então, ocorrem logo depois do roteiro criar uma tensão e expectativa enormes. Elas podem chocar um pouco o espectador desavisado ou que não está muito acostumado com filmes do gênero.

Mas uma coisa bastante positiva e que perdura durante o filme é: a tentativa de fuga da previsibilidade. Existe um grande trabalho em grupo aqui, no qual tanto o roteiro, como a edição, a direção, e os atores unem as mãos e tentam criar algo único a qualquer custo. Um dos principais recursos que eles utilizam para isso é focar a maior parte do “terror” no suspense, nos olhares, nos sinais, e no que não é dito.

Além de criar uma tensão duradoura, esses elementos se apresentam de forma quase tão assustadora quanto as cenas que são explícitas. A equipe de fotografia também demonstra um cuidado especial na ambientação, prevalecendo-se de muitos takes com baixa iluminação, além do contraste entre claro e escuro para agregar na composição do suspense.

Que rufem os tambores! Temos um veredito…

Apesar de alguns plot twists interessantes, o filme acaba sendo um pouco previsível. Em seus últimos 40 minutos, por exemplo, é impossível não lembrar do longa “O Bebê de Rosemary” (1968). Talvez esta seja uma das raras instâncias em que, não conhecer a trilogia original e nunca ter ouvido falar no filho da tal Rosemary, possam ser uma benção e a garantia de um final mais empolgante.

E se engana quem pensa que “A Primeira Profecia” dá ao espectador uma resposta final sobre a história de Damien. No melhor estilo Star Wars, o longa mais parece abrir caminho para uma nova trilogia. Pelo contexto do filme atual, possíveis continuações tenderiam a mostrar uma nova faceta da história, até então renegada pelos filmes originais. Mas tudo isso sempre mantendo uma forte conexão entre eles, é claro.

“A Primeira Profecia”

(Estados Unidos, 2024, 120 min). Direção: Arkasha Stevenson. Terror. Em exibição nos cinemas de todo o Brasil.

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