Protagonizado por Ryan Reynolds e Cailey Fleming, ‘Amigos Imaginários’ destaca a importância de manter viva a criança que há dentro de nós
A magia do cinema está em sua capacidade de nos transportar para universos alternativos, onde somos absorvidos pelos acontecimentos narrados. Este envolvimento pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição, dependendo do enredo apresentado. No entanto, há filmes que ultrapassam essa imersão, provocando uma verdadeira viagem no tempo que resgata memórias afetivas e nos incita a uma série de reflexões positivas. ‘Amigos Imaginários‘ sem dúvida conquistou um lugar de destaque nessa lista.
Sinopse
No filme, somos apresentados a Bea (interpretada por Cailey Fleming), uma jovem que, após vivenciar um evento traumático, desenvolve a capacidade de enxergar os amigos imaginários de todas as pessoas ao seu redor. Quando Cal (personagem vivido por Ryan Reynolds) descobre esse fabuloso dom, ambos se lançam em uma viagem emocionante para reunir os amigos imaginários com suas crianças, especialmente aqueles que foram deixados para trás quando seus criadores entraram na idade adulta.
Um olhar cuidadoso
Com roteiro e direção a cargo de John Krasinski, conhecido por seu trabalho em ‘Um Lugar Silencioso‘, o filme também conta com a participação de Krasinski e sua esposa, Emily Blunt, como vozes dos Migs (sim, eles se chamam assim no filme). No início, acompanhamos a jornada de Bea, através de uma técnica de filmagem que captura uma perspectiva de ponto de vista, trazendo para a tela uma visão subjetiva do personagem que está filmando. Essa abordagem cria uma sensação envolvente desde os primeiros momentos do filme.
Reflexões da obra
A transição para a vida adulta torna-se um escudo para Bea, que tenta ao máximo evitar agir como uma criança. Imersa nessa ideia, ela acaba por deixar de lado algumas de suas melhores lembranças e a inocência que caracterizava sua infância. O filme nos convida a refletir sobre esse processo pessoal, levando-nos a questionar em que momento abandonamos nosso lado sensível em favor de uma maturidade completa.
A mensagem por trás do filme
Além disso, o enredo ressalta a importância de lembrarmos que a inocência e a capacidade de encontrar alegria nas coisas simples ainda residem dentro de cada um de nós, mesmo que às vezes fiquem ofuscadas pelas preocupações do ‘mundo adulto‘. John Krasinski também é o responsável por reforçar essa mensagem no filme. Através de sua interpretação como o pai de Bea, ele nos apresenta um personagem sensível e envolvente, que também está passando por um momento difícil, mas lida com isso de outra forma.
Ambientação envolvente
A integração fluida entre live-action e animação computadorizada não gera estranheza no filme. Mesmo com personagens totalmente abstratos, cada inclusão desempenha um papel crucial na narrativa, elevando a ambientação como um dos pontos fortes da produção. Em um determinado momento, somos transportados ao lar dos amigos imaginários, onde a brincadeira entre cenários, cores e efeitos visuais domina a tela, acompanhada por um número musical envolvente que encanta os olhos.
Um filme para todas as idades
Apesar do flerte com o lado infantil, o filme reserva muitas reviravoltas capazes de emocionar qualquer espectador. Cada personagem é cuidadosamente desenvolvido, reservando um desfecho comovente que certamente levará todos às lágrimas. Enquanto acompanhamos as adoráveis criaturas superando o trauma de serem esquecidas por crianças já crescidas, o filme habilmente utiliza essa premissa para retratar majestosamente nosso lado infantil. Unidos pelo desejo de encontrar novos amigos reais antes de desaparecerem completamente, os Migs se unem a Bea e Cal em uma aventura, divertida e tocante, ideal para assistir em família e que certamente deixará uma marca permanente em nossa memória.
Amigos Imaginários
(2024 ‧Comédia/Fantasia ‧ 1h 44m)
Direção: John Krasinski – Estreia dia 23 de maio