Documentário estreia dia 19/09 e retrata a sexualidade de pessoas com deficiência
“Assexybilidade” estreia nos cinemas brasileiros em 19 de setembro, oferecendo um olhar profundo sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Dirigido por Daniel Gonçalves, o documentário retrata a vida de 15 personagens, abordando desde a curiosidade alheia até o preconceito diário. “Com certeza já tiveram algumas pessoas que ficaram comigo por curiosidade, por quererem experimentar algo diferente”, essa é a frase de Giovanni, personagem que abre o documentário. Gonçalves, ao explorar tabus sociais, enfatiza que o desejo sexual é universal, independentemente de limitações físicas ou intelectuais.
Quebrando tabus e preconceitos
O filme também expõe a luta contra o capacitismo, destacando ao longo de uma hora e meia as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência em busca de relacionamentos autênticos. Ivone, por exemplo, compartilha sua primeira consulta ginecológica aos 40 anos, momento em que sua mãe descobriu sua vida sexual.
Similarmente, Lelê, mulher preta e pessoa com deficiência, relata episódios de racismo e capacitismo que complicam ainda mais sua jornada. “Eu sou uma mulher preta, deficiente, gorda, moradora de favela. O capacitismo para mim chega de forma diferente, fazendo com que eu seja cada vez mais desumanizada. Já tive a minha muleta confundida com um fuzil por um policial. Em outro momento fui abordada por uma pessoa na rua, estava de roupa curta e, depois de conversar comigo, ele viu a minha prótese e começou a fazer um escândalo, dizendo que não ficaria comigo porque sou desse jeito”, explica Lelê.
Histórias que precisam ser contadas
A produção reflete diversidade não apenas em sua temática, mas também em sua equipe, composta por pessoas com deficiência, incluindo o próprio diretor. Gonçalves, que possui uma condição que afeta sua coordenação motora, já havia explorado sua história pessoal em “Meu Nome é Daniel”, seu documentário anterior. “A produção do documentário passa muito pela minha própria experiência. Eu também já passei por situações de me envolver com pessoas que tinham curiosidade de ficar com alguém com deficiência, e já levei muitos foras por conta da minha condição. Entretanto, o sexo para pessoas com deficiência não é inexistente, muito pelo contrário, nós também transamos, também temos desejo e isso não pode ficar escondido. Por isso o documentário é tão importante para levantar o debate e ainda mostrar que somos como qualquer outra pessoa”, afirma Daniel Gonçalves.
Reconhecimento e expansão internacional
“Assexybilidade” teve sua première mundial em julho de 2023 no OutFest Los Angeles. Por conseguinte, houve a exibição brasileira no Festival do Rio, onde ganhou o Prêmio de Melhor Direção de Documentário e uma menção honrosa do Prêmio Félix. O documentário também ganhou prêmios no Festival For Rainbow em Fortaleza e no NewFest em Nova York. Além disso, sua exibição ocorreu em diversos festivais internacionais, como Mix Brasil, Oslo Fusion na Noruega, Pink Screens na Bélgica, entre outros.
“Assexybilidade” é uma produção da TvZero e SeuFilme em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Globoplay. Coprodução e codistribuição da Prefeitura do Rio, por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura e Apoio à distribuição da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo. O filme tem distribuição da Olhar Filmes.
Além do filme, “Assexybilidade” inspirou uma exposição fotográfica inaugurada no Rio de Janeiro em maio de 2024, apresentando 35 imagens inéditas e um vídeo com cortes das entrevistas, ampliando o impacto das histórias contadas.
“Assexybilidade” não é apenas um documentário; é uma provocação que desafia preconceitos e celebra a diversidade. Portanto, não perca a chance de assistir a essa obra transformadora, que estreia em 19 de setembro nos cinemas brasileiros.
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