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Performance de Cleo Diára é uma extensão do reconhecimento de “O Riso e a Faca”

Premiação recente da atriz em um dos maiores festivais de cinema do mundo demonstra a força do elenco e da coprodução brasileira

Cleo Diára recebeu, recentemente, o prêmio de Melhor Interpretação Feminina na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes por sua atuação em “O Riso e a Faca“. A vitória marcou um momento significativo tanto para a carreira da atriz cabo-verdiana, quanto para toda a equipe multicultural que trabalhou no filme.

Dirigido por Pedro Pinho e coproduzido por Tatiana Leite, da brasileira Bubbles Project, o longa explora as contradições e as complexidades humanas num contexto de colonialismo e desigualdades. Distribuído no Brasil pela Vitrine Filmes, “O Riso e a Faca” ainda não tem data de estreia no país, mas já ganhou força no circuito internacional.

Trama de encontros e descobertas

Na história, o engenheiro português Sérgio, interpretado por Sérgio Coragem, viaja para uma metrópole da África Ocidental para trabalhar em um projeto rodoviário. Lá, ele conhece Diára, personagem de Cleo Diára, e Gui, vivido por Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei que virou poeta em Barcelona.

O trio se envolve em uma relação complexa e intensa, que reflete as marcas de um passado colonial e as buscas pessoais de cada um. O brasileiro Jonathan Guilherme e o português Sérgio Coragem completam o núcleo de protagonistas ao lado de Cleo Diára, que já havia chamado atenção no longa “Diamantino” (2018).

Foto: Divulgação
A força da equipe brasileira

Por trás das câmeras, a presença brasileira também se faz sentir de maneira poderosa. A produção conta com a assinatura de Tatiana Leite, que já trabalhou em “Malu” (2024) e abraçou o projeto sem hesitar. Tatiana contou: “Eu já era fã do filme anterior do Pedro ‘A Fábrica do Nada’ e o argumento de ‘O Riso e a Faca’ me tocou profundamente. Sabia que seria uma jornada desafiadora: pela relevância política, pela delicadeza do tema e por expor feridas abertas da colonização.”

Rodrigo Letier, da Kromaki Filmes, assina como produtor associado, enquanto Eduardo Nasser lidera a direção de produção. O roteirista Miguel Seabra Lopes, nascido em Portugal e com nacionalidade brasileira, reforça o laço entre as duas cinematografias.

Além disso, 31 brasileiros integram a equipe técnica. Estão incluídos o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo, a montadora Karen Akerman e o editor de som Pablo Lamar, que já haviam brilhado em produções como “Tatuagem” (2013) e “A Flor do Buriti” (2024). Outros nomes de peso no time são Stella Rainer, Wanessa Malta, Amina Nogueira, Caio Costa, Martão Vagner, Isabel Lessa, Victor Hugo Pancaldi e Fernando Junior.

Rodado entre África e desertos da Mauritânia

As filmagens aconteceram em locações desafiadoras, como a Guiné-Bissau e o deserto da Mauritânia, entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2024. Tatiana Leite descreve o processo como “uma saga dura”, atravessando a pandemia e envolvendo uma equipe diversa de portugueses, brasileiros, africanos, franceses e romenos.

O processo foi ainda mais intenso do que imaginei. Filmamos por 4 meses em película na Guiné-Bissau e Mauritânia, atravessamos a pandemia e seguimos juntos, com uma equipe incrível de portugueses, brasileiros, africanos, franceses e romenos. A saga foi dura, mas ao ver o material pronto, sinto que fizemos algo raro e precioso. Amo ouvir cada personagem revelar as agruras do mundo onde estão emergidos, ao mesmo tempo que buscam completar suas próprias jornadas enquanto indivíduos. Após a estreia em Cannes, mal posso esperar para mostrar o filme ao público brasileiro”, revela Tatiana.

Um filme que tem diálogo direto com a música brasileira

A escolha do título “O Riso e a Faca” faz um elo interessante com a cultura brasileira. Essa expressão vem de uma canção composta e interpretada por Tom Zé, lançada em seu disco homônimo de 1970 e regravada no polêmico Todos os Olhos (1973). Na música, como analisa Guilherme Cruz no site Galeria Musical, Tom Zé aborda “a busca por conter dentro de si todos os extremos, retirando sua força do caos”, uma dualidade que também toma forma no trio de protagonistas do filme, e nos convida a refletir sobre desigualdades históricas e as complexidades dos relacionamentos humanos em meio a um ambiente ainda marcado por cicatrizes coloniais.

Raphael Vidigal, em texto para a Esquina Musical, aponta que Tom Zé leva essa lógica de contrastes até a construção da própria canção, mesclando uma parte ácida e outra lírica. Essa fusão de opostos, afinal, se aproxima muito do que Pedro Pinho propõe na narrativa do longa. Em “O Riso e a Faca“, nada se resume a uma coisa só.

A vitória de Cleo Diára em Cannes coloca o filme em destaque e aumenta a expectativa para sua chegada ao Brasil. Afinal, trata-se de uma obra que além de emocionar, também provoca reflexões necessárias. Agora, resta aos fãs aguardarem ansiosos para ver essa história potente na telona.

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