Distribuído pela Califórnia Filmes, ‘Conduzindo Madeleine’ promete emocionar e inspirar até os espectadores mais céticos com sua simplicidade e carisma.
A rotina do dia a dia pode ser imparável, e até mesmo, sufocante. Ás vezes, os problemas parecem apagar todo o resto e a pessoa no meio do furacão precisa de um lembrete. Ela precisa ser lembrada de que a vida é mais do que no momento aparenta ser.
É nessa temática que se desenvolve ‘Conduzindo Madeleine‘, novo drama de Christian Carion. De uma forma muito tocante e tentativamente realista, o longa leva uma mensagem de otimismo ao público.
Conhecidos por seus personagens em ‘A Riviera Não É Aqui‘ (2010), Dany Boon e Line Renaud, dois gigantes do cinema francês, protagonizam o lançamento. Na trama, Madeleine (Line) contrata Charles (Boon), um taxista mal-humorado e estressado, para levá-la à sua nova moradia: uma casa de repouso.
A premissa é simples e, desde o início, fica estabelecido que a interação entre os dois é o centro do filme. Charles vive uma rotina desgastante e, apesar de trabalhar em Paris, não presta muita atenção nos pontos positivos da cidade.
É aí que Madeleine entra, pronta para promover o clássico discurso do “eu vou te ajudar a enxergar a vida com outros olhos“. Mas, apesar de alguns pontos do desenrolar da narrativa serem bem previsíveis, a química cinematográfica entre os protagonistas prende a atenção e fortalece o longa.
Você já sabe o que vai acontecer, mas tá tudo bem. Isso porque Line Renaud, no alto de seus impressionantes 95 anos, consegue entregar carisma, doçura, e fragilidades em uma personagem que é, acima de tudo, muito humana. A atuação da atriz é hipnotizante e, quando o filme termina, é quase impossível não querer assistir algum de seus outros trabalhos.
Boon também entrega com louvor uma faceta sua pouco conhecida pelo público: um personagem nada cômico e que carrega várias complexidades emocionais dentro de si.
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O veredicto
O filme aborda muito bem as relações humanas e, mesmo dentro das suas limitações de tempo e cenário, consegue desenvolver com primor seus personagens, diálogos, e até oferecer uma certa quebra de expectativa em relação a seus protagonistas.
Apesar de alguns temas fortes serem narrados, o filme é leve de assistir e consegue encapsular muito bem sentimentos, sensações, e situações que qualquer espectador pode se identificar e já passou alguma vez na vida. O final é um pouco decepcionante em comparação à todo o arco construído pela história mas, ainda assim, proporciona um encerramento satisfatório e um sorriso sereno no rosto de quem acabou de realizar uma viagem emocionante.
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“Conduzindo Madeleine”
(França, 2022, 91 min). Direção: Christian Carion. Drama. Em exibição nos cinemas de todo o Brasil.