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MMA – Meu Melhor Amigo: uma obra necessária, mas que não foge de falhas

MMA – Meu Melhor Amigo provoca reflexão sobre autismo e relações familiares em um filme que oscila entre atuações brilhantes e problemas narrativos


Estrelado por Marcos Mion, Antônio Fagundes e Guilherme Tavares, MMA – Meu Melhor Amigo, busca entregar uma narrativa didática e sensível sobre a convivência com pessoas no espectro autista. A trama gira em torno de Max Machadada, um lutador em decadência descrito como mulherengo e incapaz de vencer uma luta há anos, cuja transformação começa quando ele precisa cuidar de seu filho atípico.

Atuação, simbologia e limitações

Embora a produção carregue uma carga emotiva (especialmente para Mion, sendo pai de Romeo, um jovem no espectro autista) sua atuação propõe questionamentos. Não há uma entrega emocional intensa, esperada em momentos-chave. A falta de expressividade, mesmo em cenas que requerem um maior impacto dramático, não convence, mesmo com a identificação com o papel.

O artista, que se dedicou a transformar seu físico para o papel, claramente inspira-se em Sylvester Stallone, homenageando o gênero de filmes de luta, especialmente o clássico Rocky, um Lutador (1976). Por vezes exagerada e artificial, sua atuação falha em conferir a profundidade necessária ao protagonista, Max Machadada.

No entanto, é preciso ponderar: sua vivência como pai de uma criança com as mesmas necessidades, e seu engajamento em prol da comunidade autista tornam sua presença no filme simbólica. Isso gera um dilema entre avaliar tecnicamente sua atuação ou valorizar o significado de sua participação como um porta-voz dessa causa.

Os pilares emocionais do filme

Além da presença de Marcos Mion, o filme onta com atuações que ajudam a equilibrar a experiência do espectador. Guilherme Tavares (que também brilha como Zé da Roça em Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa) é o verdadeiro pilar do filme. Sua atuação cativa e toca profundamente, especialmente para quem convive com pessoas no espectro autista. Mesmo diante de um roteiro que flerta com a superficialidade, Tavares consegue prender o espectador, trazendo emoção e autenticidade para suas cenas.

Antônio Fagundes é outro ponto alto do elenco. Com sua entrada, ele domina a tela com carisma e uma interpretação que mescla emoção e humor na medida certa. Seu personagem, que poderia facilmente cair no estereótipo de truculência, ganha humanidade, conectando o público à narrativa. O ator prova mais uma vez porque é um dos grandes nomes do cinema e televisão brasileiros.

Tropeços técnicos que desconectam

Vanessa Giácomo, por outro lado, tem poucas aparições e sofre com uma caracterização que prejudica seu desempenho. Em uma cena que deveria ser emocionante e impactante, a maquiagem falha em transmitir o estado de fragilidade da personagem, distraindo o público e minando a conexão esperada.

A personagem de Andreia Horta, apesar de ser alguém que ajudou a cuidar da criança após a morte da mãe, propõe uma entrega repentina do garoto ao pai biológico, sem qualquer procedimento legal ou supervisão. O gesto é retratado de forma quase casual, como se ela estivesse apenas deixando a criança em uma creche. Mesmo assim, ela se posiciona constantemente como uma conselheira de Max, fornecendo dicas oportunas que soam mais convenientes para o avanço da história do que como demonstrações de verdadeira preocupação. A única exceção a essa dinâmica é uma cena em que ela tenta intervir quando Max pensa em desistir de cuidar do filho, mas até esse conflito é rapidamente resolvido, diluindo qualquer impacto emocional.

Problemas narrativos e furos no roteiro

Apesar de contar atuações cativantes, existem furos de roteiro, como momentos artificiais e prolongamentos desnecessários, que tiram parte da imersão e comprometem o impacto da história, culminando em um final previsível e clichê. Um forte exemplo é a contagem interminável para nocaute, que estende a cena a ponto de comprometer a lógica e a imersão. Além disso, o filme não escapa de um final clichê que, mesmo após envolver o público, desvia de um encerramento mais impactante para optar por uma conclusão previsível digna de um “filme sessão da tarde“.

Mensagens importantes ao público

Com produção da Formata Produções em parceria com a Star Original Productions e Globo Filmes, o longa tenta equilibrar temas relevantes como autismo, paternidade e superação, mesmo que suas mensagens sejam por vezes ofuscadas por escolhas dramáticas menos efetivas e uma polêmica de plágio que se desenrola fora das telas.

Apesar de suas falhas e exageros, MMA – Meu Melhor Amigo é um filme que consegue trazer discussões relevantes para o público. Algumas situações apresentadas em tela são improváveis e pouco convincentes, mas a obra ainda encontra espaço para provocar reflexões importantes e, em certo nível, conscientizar sobre o espectro autista. Momentos que podem parecer absurdos têm o potencial de estimular o espectador a buscar mais informações e entender melhor a realidade das famílias que convivem com essas questões. E sobretudo, fazer com que as pessoas dessa realidade se identifiquem.

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