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Pajubá: filme trans brasileiro celebra o legado de resistência e cultura

Dirigido por Gautier Lee, Pajubá retrata a força da comunidade trans brasileira, em uma produção inovadora com equipe formada exclusivamente por pessoas trans.


Pajubá, dirigido por Gautier Lee e criado por Hela Santana, é o primeiro longa brasileiro a ser completamente realizado, editado e distribuído por uma equipe trans. Filmado em São Paulo e no Rio Grande do Sul, o projeto mergulha na cultura e na luta das pessoas trans no Brasil, o país mais perigoso para essa comunidade.


Pluralidade trans representada

Produzido por Bartolomeu Luiz e Jöa Azevedo, o filme conta com um elenco de personalidades transmasculinas, transfemininas e travestis, representando a diversidade da comunidade. Gautier destaca a importância de mostrar que “existe história e cultura trans em todas as partes desse país“, reforçando o impacto e a presença dessa comunidade.


A trama e influências

O título Pajubá faz referência ao dialeto afro-brasileiro que se desenvolveu a partir de influências nagô e iorubá, destacando a conexão cultural e histórica da resistência trans no país. O filme apresenta figuras como Neon Cunha e Érika Hilton, que inspiram com suas trajetórias políticas e de ativismo.

Com um roteiro que mistura documentário e apresentaçôes poéticas, o enredo aborda o legado trans por meio de histórias de perseverança, como a de Dayo Nascimento, educador trans, e Amara Moira, doutora em Literatura. A trama também acompanha a jornada íntima de um casal trans à espera do nascimento de seu filho.


Foto: divulgação


Celebração através da arte e música

O filme entrelaça performances de dança e música, revisitando artistas trans de grande relevância, como Fayola Ferreira, uma artista travesti negra de 28 anos, de Porto Alegre, que se destaca como poetisa, atriz e performer. Ao lado dela, o cantor Dan Abranches, cuja trajetória é marcada por letras que promovem a inclusão de minorias, se afirma como uma das principais vozes transmasculinas no cenário capixaba. Já Viridiana, produtora musical, compositora e performer de Porto Alegre, utiliza suas canções eletrônicas para narrar suas vivências como mulher trans no mercado musical. Juntas, essas figuras celebram a resiliência da cultura trans, enfrentando os desafios sociais com arte e potência.


A gente quer acima de tudo celebrar que temos pessoas negras, brancas, indígenas, que são políticas, que são chefes de cozinha, que são influencers, que são dançarines, que são educadores, que são autores, que são tudo isso”, Gautier Lee.


Expectativas para pajubá

Ainda sem data de lançamento, o filme representa um passo importante na construção de um legado no Brasil, rompendo barreiras sociais e culturais. A mistura de arte, ativismo e a própria existência trans colocada na tela promete engajar quem busca ou precisa entender melhor as diversas facetas dessa comunidade e o seu papel no tecido social e cultural brasileiro. O mais interessante em Pajubá, com certeza, será a abordagem que mistura documentário e encenação poética, com performances de dança e música que vão além da narrativa tradicional.



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