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“Sem Chão” comove com sua visceralidade e realismo

Com estreia marcada para 13 de março, “Sem Chão” concorre na categoria Melhor Documentário no Oscar 2025. O longa mostra a história de resistência dos palestinos de Masafer Yatta contra o exército israelense.

Quando se pensa em filmes que concorrem ao maior prêmio do cinema, o Oscar, é normal que se tenha algumas expectativas. Grandes roteiros, estrelas hollywoodianas, e equipamentos de ponta são alguns deles. Mas a realidade é que, em algumas categorias, o que realmente importa é a história sendo contada. E, nelas, a simplicidade pode ser o melhor caminho para transmitir uma mensagem muito importante.

Sem Chão” é um documentário de longa-metragem com 92 minutos de duração, distribuído no Brasil pela Synapse Distribution. Ele conta a história de um ativista palestino, Basel Adra, que filma o território de sua aldeia natal, Masafer Yatta, sendo ocupado pelo exército de Israel. Nesse processo, ele acaba construindo uma amizade inusitada com Yuval Abraham, um jornalista israelense que tenta ajudá-lo em sua luta por justiça e paz.

Basel e Yuval protagonizam, roteirizam, e dirigem o longa, que também tem Hamdan Ballal e Rachel Szor na equipe de roteiro e direção.

Sem chão, sem casa, sem ar

O filme reúne vídeos da infância de Basel, que se mesclam com imagens gravadas pelo ativista desde 2019. Como se organizada em capítulos, a narrativa vai se desenrolando de acordo com as estações de cada ano. Logo no início ocorre o primeiro impacto: Basel conta que vem filmando a ocupação do exército israelense em Masafer Yatta, um conjunto de vilas localizado na região sul da Cisjordânia, por 10 anos. Apesar de apenas os últimos 5 aparecerem no documentário, eles são tão intensos que é impossível não entender como a realidade estressante da região afeta seus moradores.

Em seu decorrer, o longa mostra vários protagonistas e histórias diferentes, inclusive a da família de Basel, onde seu pai também é ativista. Tudo é muito cru e realista, inclusive, como a população local está tão acostumada com certas situações que para nós seriam impensáveis. Como, por exemplo, a triste realidade de que se pode perder sua casa a qualquer momento.

Sem Chão” é bem dinâmico e as imagens não são muito polidas ou editadas. Isso imerge o espectador profundamente dentro dos terrores vividos pelos palestinos de Masafer Yatta. As escolhas da edição também fazem questão de mostrar não só as perdas físicas do conflito, mas também como isso afeta o psicológico da população. Em várias ocasiões, o longa foca na forte possibilidade de ser preso que existe na região. Bem como em uma falta de sono que é quase comunitária. A família de Basel, por exemplo, dorme pouquíssimo à noite, sempre em alerta para possíveis ataques.

Sobre amizades e tempos difíceis

Um dos grandes pontos-chave da narrativa é a amizade entre Yuval e Basel, e como os dois lutam juntos incessantemente para mudar a realidade local. Eles tentam atrair a atenção da mídia internacional e de povos estrangeiros o tempo todo, para popularizar mais a história da região. Isso aumentaria a pressão internacional e provavelmente forçaria o exército inimigo a recuar.

Talvez um dos momentos mais emblemáticos do filme seja a menção de documentos secretos israelenses. Segundo o documentário, eles mostram que Israel decidiu transformar a região em uma área de treinamento militar apenas para impedir o crescimento das aldeias (que já ocupavam o local muito antes do Estado de Israel ser formado).

Sem Chão” é visceral e tem uma pegada jornalística tanto pela forma de sua filmagem, como pela organização de sua narrativa. Mesmo imagens que mostram apenas o chão sendo corrido, ou que simbolizam que algo aconteceu com quem estava filmando, são capazes de passar forte emoção ao espectador. É quase impossível não sentir empatia pelas situações mostradas, o filme evoca a humanidade dentro de cada um que o assiste.

O documentário aborda o conflito entre Palestina e Israel de forma clara, objetiva, e por uma faceta dela ainda não explorada. Pequenos detalhes, como mostrar a diferença nas cores das placas dos carros dependendo de onde alguém é (verde para palestinos e amarelo para israelenses), sensibilizam quem assiste e contam de uma forma ilustrativa alguns dos principais desafios locais. Por fim, o filme cumpre muito bem a meta principal a que se propõe: trazer conscientização sobre a situação na Cisjordânia e despertar o apoio da comunidade internacional à sua causa.

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