Spin-off do universo John Wick, Ballerina traz boas cenas de ação com Ana de Armas no centro, mas não consegue sustentar o mesmo impacto narrativo dos filmes principais.
Quando foi anunciado que “Bailarina” expandiria o universo de John Wick, uma certa sensação de altas expectativas. A ideia de explorar esse mundo por uma nova perspectiva parecia promissora, ainda mais com Ana de Armas assumindo o protagonismo. E de fato, há momentos em que o filme entrega exatamente o que promete: ação estilizada, boas sequências coreografadas e um visual que conversa bem com a estética da franquia original. A ambientação continua funcionando, e o ritmo da direção mantém o espectador ligado quando a pancadaria começa.
Ana de Armas segura o protagonismo
Ana de Armas entrega uma atuação física sólida. Ela convence nas lutas e sustenta bem a câmera nas cenas mais intensas. Não é à toa que muitos já vinham apostando nela como um novo rosto para esse tipo de produção. Apesar de algumas falas soarem um pouco forçadas em determinados momentos, seu desempenho geral é um dos pilares que seguram o filme. Também é legal ver rostos conhecidos do universo John Wick aparecendo aqui e ali, mesmo que em participações menores.
O problema começa quando se olha para além das cenas de luta. O roteiro não tem o mesmo peso ou mistério que tornou John Wick tão interessante desde o primeiro filme. As motivações da personagem principal são simples demais, e o enredo segue um caminho previsível, que parece montado para ligar uma cena de ação à próxima. Mesmo com boas ideias visuais e momentos inspirados, falta à história algo que nos faça realmente nos importar com o que está em jogo.
Estilo, mas pouca novidade
Visualmente, o filme não decepciona. Há um cuidado na fotografia, no uso de luz e na forma como a câmera acompanha as cenas de combate. Mas o excesso de estilo não compensa a sensação de que estamos vendo mais do mesmo. Não há muitas surpresas, nem elementos que realmente expandam o universo de forma significativa. O filme se acomoda em uma fórmula que já conhecemos, e mesmo os momentos mais intensos acabam sendo pouco memoráveis.
Vale a pena? Depende da expectativa
“Bailarina” está longe de ser um desastre, mas também não chega com a força que se esperava de um projeto nascido de uma franquia tão popular. Se a ideia era manter o universo vivo entre um John Wick e outro, até funciona como distração. Mas quem esperava algo que realmente elevasse a mitologia ou explorasse novos caminhos pode sair frustrado. No fim das contas, é um spin-off com boas intenções e execução competente, mas que deixa a sensação de que poderia ter ido além.