A tão aguardada adaptação do musical Wicked entrega uma experiência visual e emocional que faz jus ao seu legado na Broadway, marcando um espetáculo de tirar o fôlego.
Wicked, o musical icônico da Broadway, chega às telas com a promessa de manter sua essência mágica. Baseado no romance de Gregory Maguire e com direção de Jon M. Chu, o filme respeita as raízes da obra original enquanto aproveita os recursos do cinema para amplificar a experiência emocional e visual. A história segue a Bruxa Má do Oeste, Elphaba, com um enfoque mais íntimo e emocional, explorando sua jornada desde Munchkinland até os eventos que a transformaram em uma das personagens mais emblemáticas da cultura pop.
A fidelidade ao material original
Desde os momentos iniciais, o filme revela sua reverência ao material original. A introdução poderosa, com macacos voadores e elementos clássicos como a fonte do título em tela, demonstra um cuidado em transportar o público para o universo de Oz. A decisão de dividir a história em dois filmes também permite um ritmo mais contemplativo, embora a primeira parte cubra quase o mesmo tempo de duração do musical da Broadway, com 160 minutos. Esse formato proporciona espaço para explorar personagens e temas com mais profundidade.
Ariana e Cynthia: força e sintonia
O elenco brilha intensamente, com destaque absoluto para Ariana Grande e Cynthia Erivo como Glinda e Elphaba. Ariana surpreende ao equilibrar comédia e carisma, enquanto Erivo entrega uma atuação poderosa e comovente, que capta a vulnerabilidade e a força da personagem de maneira magistral. A escolha de uma atriz negra para interpretar a personagem, adiciona camadas à narrativa, conectando os preconceitos enfrentados pela personagem verde a questões sociais mais amplas, transformando sua atuação em algo ainda mais significativo.
Inclusão e representatividade além das telas
Além disso, a inclusão no elenco reforça a mensagem de aceitação da obra. Marissa Bode e Cesily Collette Taylor, ambas usuárias de cadeiras de rodas, trazem representatividade para os papéis de Nessarose. O impacto dessas escolhas reflete a intenção do filme de abordar diversidade sem perder a essência mágica do musical. Enquanto isso, Michelle Yeoh como Madame Morrible e Jeff Goldblum como o Mágico completam o elenco com interpretações marcantes. Jonathan Bailey, como Fiyero, é competente, mas não chega a alcançar o brilho esperado em comparação ao restante do elenco. Sua caracterização parece fora de sintonia, com uma aparência mais madura do que os outros estudantes.
O poder do cinema que engrandece o espetáculo
O espetáculo visual é um dos grandes triunfos da adaptação. Cenários vibrantes, efeitos especiais grandiosos e uma cinematografia elaborada transformam a experiência teatral em algo ainda mais imersivo. Elementos como close-ups intensos e sequências musicais cuidadosamente editadas beneficiam a história de maneira única, aproveitando o potencial do cinema para enriquecer a narrativa. As músicas e coreografias, tão fundamentais no palco, mantêm o seu impacto, complementado por um design de produção deslumbrante, que ressalta a grandiosidade de Oz.
Uma nova perspectiva em Oz
Com uma mensagem de aceitação e empatia, a obra não se limita a entregar um espetáculo visual; ele emociona e conecta. Desde seu início no teatro em 2003, a história cativou milhões, e sua transição para as telas só reforça sua relevância. O equilíbrio entre nostalgia e inovação faz desta adaptação uma celebração para os fãs e uma porta de entrada para novos públicos. Para quem já conhece a história, é emocionante ver os detalhes ampliados pela magia do cinema; para quem não conhece, é uma oportunidade imperdível de se apaixonar.
Wicked: Parte Um estreia em 21 de novembro, prometendo conquistar o público com sua combinação de espetáculo, emoção e interpretações memoráveis. Quem já estava acostumado ao intervalo de 15 minutos entre os atos no teatro agora precisa segurar a ansiedade por um intervalo de um ano inteiro. Mas o que já foi apresentado é o suficiente para garantir que essa adaptação entrará para a história do cinema.